Cézare Pastorello (PT), vereador por Cáceres (a 218 km de Cuiabá) foi o único signatário entre os parlamentares de Mato Grosso, em uma carta encaminhada ao presidente Lula, pedindo veto à exploração de petróleo na Margem Equatorial.
A carta tem 42 assinaturas, e a suspensão da prospecção na Margem que se estende ao longo da costa do nordeste e norte do Brasil, da foz do Rio Oiapoque ao norte do Rio Grande do Norte, abrangendo vários estados, é requerida mediante parecer técnico contrário do Ibama. A lista de parlamentares que assinaram a carta foi divulgada pela Folha de S.Paulo.
O parlamentar conta que compõe um grupo de parlamentares, os chamados Mandatos C, envolvendo vereadores e deputados de todo o país, preocupados com as questões ambientais e que atuam, em seus espaços, pelo bem-estar de todos. Por essa razão, de forma solidária, decidiu assinar a carta ao presidente.
"Essa região abrange cinco bacias sedimentares em alto-mar, na faixa do Rio Grande do Norte ao Amapá. Você pode se perguntar o que isso tem a ver com Cáceres, e eu digo que tem tudo a ver. Essa é a região onde se iniciam os ‘rios voadores’, que garantem o fluxo de chuvas para o Pantanal, tudo está interligado. ", explica o vereador.
Veto O relatório técnico do Ibama recomenda veto à pesquisa na Margem Equatorial, sugerindo que não seja liberado o estudo com vistas à prospecção na região em frente à foz do Rio Amazonas, por causa da ameaça ao bioma.
Outra pauta de Pastorello que se destacou nacionalmente foi o projeto de lei de sua autoria, aprovado em 2023, que incluiu os Direitos da Natureza na Lei Orgânica do Município.
Logo em seguida, porém, sob pressão de produtores rurais, a proposta foi revogada. Na época, ele lamentou a manobra e considerou a revogação um retrocesso à defesa do meio ambiente.
Pastorello também é defensor do Rio Paraguai e, neste mês, no dia 15 de abril, abriu a Câmara de Cáceres para uma ampla audiência organizada pelo Pacto Restaura Taiamã, com vários órgãos e entidades para planejamento de combate ao fogo que tem devastado o Pantanal mato-grossense.
“Devemos sempre agir localmente, pensando globalmente. As mudanças climáticas não respeitam limites geopolíticos, devem ser elididas de modo sistemático e por todos” finalizou Pastorello.