Patricia Sanches/RDNEWS
Adeputada federal Coronel Fernanda (PL) defende a aprovação do projeto de lei que altera a pena da lei da Ficha Limpa. Texto, de autoria do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), prevê a redução da inelegibilidade de políticos condenados - por crimes como corrupção e abuso de poder - de oito anos para dois anos.
“Pau que bate em Chico tem que bater em Francisco. Atualmente, só está batendo em Chico, Francisco está sendo beneficiado”
Coronel Fernanda“Pau que bate em Chico tem que bater em Francisco. Atualmente, só está batendo em Chico, Francisco está sendo beneficiado. Nós temos Dilma (Rousseff, ex-presidente), que teve a pedalada fiscal e sequer foi condenada a mesma pena. Nós tivemos o próprio presidente Lula, que foi condenado em três instâncias e concorreu normalmente”, dispara, em entrevista à imprensa, numa referência a dois casos emblemáticos. Dilma chegou a sofrer processo de impeachment por causa das pedaladas, mas, posteriormente, a Justiça a isentou do crime.
Já Lula foi preso e ficou de fora das eleições de 2018 mas, após decisão do Supremo, recuperou seus direitos políticos e derrotou o então presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava à reeleição em 2022.
Principal liderança da direita no país, Bolsonaro está inelegível após ser condenado em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores. Agora, bolsoranistas tentam alterar a lei, aprovada no Brasil após forte pressão popular, para beneficiar o ex-presidente que sonha em ser candidato no ano que vem.
“Quando é de benefício de cá, pode. Quando é de benefício de lá não pode. Então, já que não pode pra lá e nem pra cá, a gente iguala o ringue para que todos tenham condições de fazer a sua luta”, dispara Fernanda sobre a chance do Congresso aprovar a alteração.
Anistia
Outra frente bolsonarista, que pode destravar a candidatura de Bolsonaro, é a anistia. Atualmente, tramita no Congresso um PL que que perdoa os investigados e condenados por participar dos ataques de 8 de janeiro de 2023.
O texto, entretanto, não contempla Bolsonaro, mas há uma articulação do PL para buscar “ajustes” de forma que o ex-presidente também seja beneficiado.
“Nós vamos trabalhar para que aconteça”, frisa sobre o PL da Anistia. Ainda segundo ela, quando houve a liberação das primeiras mulheres presas, outras, traficantes, zombaram dizendo que era “melhor traficar do que lutar pelo país. Essas mulheres vão ficar de tornozeleira e nós vamos sair livres e soltas”, diz federal.
A deputada ressalta que é favorável à punição de quem realmente depredou os Poderes, mas que há exageros. “Nós temos traficantes, temos homicidas, feminicidas condenados a 10 anos, 12 anos, enquanto uma mulher, que passa um batom numa estátua, batom que se lava com água e sabão, é condenada a 17 anos”, reclama.
“Quando é de benefício de cá, pode. Quando é de benefício de lá não pode. Então, já que não pode pra lá e nem pra cá, a gente iguala o ringue para que todos tenham condições de fazer a sua luta”, dispara Fernanda sobre a chance do Congresso aprovar a alteração.