A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou a suspensão do Plano Safra 24/25 pelo Tesouro Nacional. De acordo com a entidade, a medida, justificada pelo aumento da taxa básica de juros (Selic), foi impulsionada pela “falta de responsabilidade fiscal do governo e pela desvalorização da moeda”, e pode gerar impactos no preço de itens da cesta básica.
“No mesmo dia em que o crédito rural é suspenso, a Presidência da República afirma não haver necessidade de cortar gastos. Culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema. A má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários”, rebateu a frente em nota.
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O ofício, assinado pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, diz que a decisão foi tomada após a divulgação de uma nova grade de parâmetros pela Secretaria de Política Econômica (SPE), com “um aumento relevante dos gastos devido à forte elevação nos índices econômicos que compõem os custos das fontes em relação aos utilizados na confecção do Projeto de Lei Orçamentária — PLOA 2025, ainda em tramitação no Congresso Nacional”.
A suspensão deve valer até a aprovação do Orçamento de 2025, que só deve ser votado pelo Legislativo depois do carnaval, quando se espera fazer “os ajustes necessários, diante do impacto gerado pelas novas estimativas relacionadas à taxa Selic”.
Os parlamentares afirmaram que o setor privado aporta R$ 1 trilhão na produção agropecuária e que o governo federal atua “apenas como complemento, subsidiando parte dos financiamentos”. “Apesar disso, a falta de controle orçamentário impede um planejamento eficiente. Itens da cesta básica, como proteínas e ovos, têm seus custos de produção diretamente afetados, já que as rações utilizadas são produzidas a partir de grãos, culturas impactadas pela falta de recurso”, destaca a nota.
“A FPA seguirá firme na cobrança por políticas públicas adequadas para o restabelecimento do crédito rural, no compromisso com os produtores rurais do Brasil e com a comida barata e acessível na mesa de todos os brasileiros”, complementa a frente.