Três suspeitos de integrarem uma seita formada por jovens cientistas da computação foram presos no estado de Maryland. O grupo estaria por trás da morte de ao menos seis pessoas, incluindo os pais de uma das integrantes e um agente da patrulha da fronteira dos Estados Unidos.
O que aconteceu
A seita é chamada de Zizians, segundo a polícia dos EUA. O grupo é acusado de envolvimento no assassinato do agente da patrulha de fronteira dos EUA David Maland, 44. O crime ocorreu perto da fronteira com o Canadá em 20 de janeiro deste ano. Maland foi morto em um tiroteio na cidade de Coventry. A troca de tiros também vitimou uma Ophelia Bauckholt, integrante da seita.
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Grupo também estaria por trás de outros cinco assassinatos. As mortes ocorreram nos estados de Vermont, Pensilvânia e Califórnia. Entre as vítimas estão o casal Rita e Richard Zajko, baleados e mortos na véspera do Réveillon de 2022, em Chester Heights, Pensilvânia.
A suposta líder da seita foi presa no último domingo (16). Jack LaSota, 34, que se identifica como uma mulher transgênero, não teve direito a fiança. O juiz do Tribunal Distrital de Allegany citou que há risco de fuga e argumentou que a mulher representa um perigo para a segurança pública. Também foram detidos Michelle Zajko, 32, filha do casal morto em 2022, e Daniel Blank, 26. As informações foram publicadas pela agência de notícias Associated Press.
O nome Zizians é uma referência a Ziz, como se autodenomina Jack LaSota em fóruns online. O procurador estadual do Condado de Allegany, James Elliott, afirmou durante a audiência no tribunal, realizada no dia 18 de fevereiro, que ela já fingiu a própria morte por afogamento. LaSota nega envolvimento nos crimes.
Advogada da suposta líder diz que ela é cientista da computação. Rebecca Francoeur-Breeden, uma defensora pública, afirmou que falou com a mãe de LaSota duas vezes desde a prisão. "Estamos lidando com uma pessoa muito, muito inteligente", ressaltou.
As autoridades não divulgaram muitas informações sobre a seita. De acordo com a apuração da Associated Press, o grupo é formado por jovens cientistas da computação altamente inteligentes que se conheceram online. Eles compartilham crenças e se tornaram cada vez mais violentos.
Não há detalhes sobre o que buscam os integrantes do grupo. Em publicações na internet, há relatos de conversas sobre veganismo radical, identidade de gênero e inteligência artificial.
Seita atraiu atenção da polícia em novembro 2019. Na ocasião, integrantes usaram máscaras e capuzes escuros e fizeram barricadas em um retiro na Califórnia. LaSota e outros três foram presos. Além de LaSota, as autoridades também prenderam Emma Borhanian, 31, Gwen Danielson, 29, e Alexander Leatham, 29. Eles relataram que estavam no local para protestar contra a má conduta sexual de um grupo racionalista que organizava o retiro. O racionalismo é uma corrente filosófica que enfatiza a razão como a principal fonte de conhecimento
LaSota tem um grupo de seguidores "extremamente vulneráveis e isolados". A declaração foi feita por Anna Salamon, diretora executiva do Centro de Racionalidade Aplicada, ao San Francisco Chronicle.
Como foi a prisão dos três suspeitos
LaSota, Michelle e Daniel foram detidos após denúncia de morador de Frostburg, em Maryland. O homem disse à polícia que três pessoas "suspeitas" estacionaram dois caminhões em sua propriedade e pediram para acampar lá por um mês.
A polícia foi ao local no último domingo e encontrou o grupo. Eles estavam vestidos de preto e dois usavam cintos de armas com munição. Os policiais encontraram um rifle na traseira de um caminhão e uma arma de fogo no assoalho da frente. Michelle se recusou a colocar as mãos atrás das costas e foi levada ao chão. Os agentes encontraram com ela uma arma.