DA REDAÇÃO MIDIA NEWS
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou um recurso e manteve na prisão o lobista de Mato Grosso Andreson de Oliveira Gonçalves, acusado de integrar um esquema de venda de sentenças judiciais. O julgamento foi finalizado nesta sexta-feira (21).
“Voto pela manutenção da decisão agravada por seus próprios fundamentos, assim como pelo não provimento do presente agravo regimental”, finalizou Zanin em seu voto.
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Em seu voto, Zanin destacou o papel central de Andreson no esquema de venda de decisões judiciais e justificou a necessidade de sua manutenção na prisão para evitar novos crimes.
"A ousadia e a complexidade da trama delitiva não podem ser ignoradas, impondo-se, neste instante, um freio a potenciais riscos de recidiva criminosa", afirmou o ministro, ao citar decisão que colocou Andreson na prisão.
O ministro reforçou que a liberdade do acusado poderia resultar na continuidade das práticas ilegais, comprometendo a credibilidade do sistema de Justiça.
“A decisão que decretou a custódia do investigado, que sua atuação é demonstrada de forma veemente nos autos, revelando-se bastante indiciária sua função central no suposto comércio de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça. Seu destaque e sua posição de comando e ingerência, reiterei, sobressaem”, disse Zanin.
Dieta especial
Apesar de estar detido em um setor de segurança máxima, Andreson recentemente obteve na Justiça o direito a uma "dieta especial"
Um laudo nutricional feito pela Secretaria de Segurança mostra que Andreson perdeu 9 kg em cerca de dois meses preso. Segundo o lobista, ele passou por uma cirurgia bariátrica em 2020 e por isso necessitaria de uma dieta especial.
A dieta inclui itens como salame fatiado, geleia, torradas, frutas secas e até Gatorade.
Operação Sisamnes
Andreson foi preso na Operação Sisamnes em novembro passado. Ele é apontado como um dos principais envolvidos em um esquema de venda de sentença no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
A ordem de prisão foi determinada pelo ministro Cristiano Zanin.
Além do mandado de prisão, o STF também determinou a instalação de tornozeleira eletrônica nos desembargadores de Mato Grosso Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, que estão afastados do cargo por suspeita de venda de sentenças.
A operação investiga crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.