Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília
A declaração do presidente vem no contexto das tarifas de importação que os Estados Unidos impuseram ao aço e alumínio brasileiros.
"É no olho que a gente diz a verdade, é com o olho que a gente fala. Eu quero dizer para vocês em alto e bom som: podem ter certeza, a economia brasileira vai continuar crescendo, a gente vai continuar gerando emprego, a inflação vai baixar", afirmou Lula.
"Nós fizemos a maior política tributária que esse país já viu na história e todo mundo vai ganhar, porque nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês. E é por isso que eu digo sempre: não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia", prosseguiu.
Lula ainda recomendou: "Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. É assim que a gente vai governar esse país."
O presidente brasileiro critica com frequência medidas adotadas por Trump em diferentes áreas, como economia e política externa. No momento, o governo brasileiro negocia com a gestão de Trump para aliviar as tarifas impostos pelos Estados Unidos a produtos como aço, alumínio e etanol.
Em fevereiro, Trump anunciou uma taxa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio feitas pelos EUA a partir de 12 de março. O Brasil será atingido por ser um dos principais vendedores dos produtos para o país.
Lula e Trump ainda não conversaram desde que o americano retornou à Casa Branca. Na eleição do ano passado, o presidente brasileiro apoiou Kamala Harris, derrotada por Trump, cuja orientação política é seguida no Brasil pelo grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As falas de Lula foram durante participação do presidente em cerimônia de inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex, em Betim, Minas Gerais.
Lula x Zema
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) — que apoiou Bolsonaro na última eleição — também estava presente. O evento foi marcado por troca de indiretas entre Zema e Lula.
Esta não é a primeira vez que, em público, há troca de farpas entre o governador de Minas e o governo federal.
Em janeiro, Zema criticou os vetos de Lula ao programa de renegociação de dívidas dos estados com a União.
Na ocasião, Haddad respondeu apontando que o governador de MG "aumentou o próprio salário" durante vigência de medidas de contenção de gastos para pagamento da dívida.
No evento desta terça, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), saiu em defesa de Haddad e Lula ao citar o programa de renegociação de dívidas dos estados com a União e também atacou a gestão de Zema.
Logo depois, diante de indiretas de Zema sobre a gestão Lula, o presidente se defendeu e também elogiou Haddad quando começou a ler a nominata do evento.
Ao anunciar o nome do ministro da Fazenda, o presidente destacou os feitos de Haddad na economia.
"Meu caro Fernando Haddad, ministro da Fazenda, responsável pelos acertos das coisas que estão acontecendo de forma benéfica na economia brasileira", disse.
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