A Rumo Logística está investindo de maneira significativa na infraestrutura ferroviária brasileira, com um foco estratégico na construção da Ferrovia Estadual de Mato Grosso. A companhia planeja aportar entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões em 2025, superando os R$ 5,5 bilhões investidos em 2024, com o objetivo de conectar os polos do agronegócio, Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso.
O projeto, que conta com um investimento de R$ 2 bilhões somente em 2025, prevê a criação de uma ferrovia de 700 km de extensão, que atravessará 16 municípios e inclui um ramal que se conectará ao Porto de Santos, em São Paulo. A primeira fase da obra, que compreende um trecho de 160 km e passa por Primavera do Leste está prevista para entrar em operação em 2026.
De acordo com Guilherme Machado, CFO da Rumo Logística, o investimento é parte de um plano de crescimento da empresa que já destinou R$ 2 bilhões no biênio 2023-2024. A execução desse projeto, crucial para o escoamento da produção agropecuária de Mato Grosso, visa reduzir a dependência do transporte rodoviário, melhorando a segurança e a eficiência na logística.
Pedro Palma, CEO da Rumo, reforça a importância estratégica da obra: “É essencial garantir que Santos tenha a infraestrutura necessária para o fluxo da produção agropecuária. O avanço dessa ferrovia irá beneficiar diretamente não apenas Primavera do Leste, mas toda a região, criando um impacto econômico e logístico significativo."
Impactos no agro e perspectivas para a Logística
O impacto da nova ferrovia será transformador para a logística do agronegócio brasileiro. A Rumo estima que, em 2025, a operação da ferrovia movimentará de 82 a 86 bilhões de TKUs (toneladas por quilômetro útil), representando um crescimento de pelo menos 2% em relação ao ano anterior. A companhia também prevê um aumento no EBITDA para R$ 8,1 bilhões a R$ 8,7 bilhões, superando os R$ 7,7 bilhões de 2024. O aumento da área plantada e a produtividade das safras, especialmente de soja, contribuem para um cenário otimista, com novos contratos ampliando a carteira de transporte, incluindo produtos como celulose e bauxita.
A ampliação da Malha Paulista e a modernização do Porto de Santos também fazem parte do projeto, com a parceria com a americana CHS visando aumentar a capacidade portuária e evitar gargalos logísticos no futuro. Com a conclusão dos investimentos em 2026, a Rumo espera adicionar 10 milhões de toneladas ao sistema ferroviário nacional.
O trecho Primavera do Leste: Avanços e Expectativas
O avanço no trecho entre Primavera do Leste e Campo Verde é um dos principais focos dessa expansão. Segundo adiantando pelo senador Wellington Fagundes, que esteve recentemente em Primavera do Leste, as obras estão mais adiantadas do que o inicialmente previsto. A previsão é de que a ferrovia e o terminal em Primavera do Leste entrem em operação no próximo ano.
Fagundes destacou que o projeto superou desafios, como a autorização de uso de áreas em Rondonópolis, e a economia de cerca de R$ 180 milhões com a suspensão da construção de uma ponte rodoferroviária. O senador também alertou o prefeito de Primavera do Leste, Sérgio Machnic, e sua equipe para que se preparem para a chegada do terminal, que, com a ampliação, será um dos maiores do estado e terá um impacto direto na geração de novas indústrias e empregos para a região.
“Este é um local estratégico que beneficiará Primavera do Leste, Campo Verde e municípios vizinhos. Com a chegada dessa infraestrutura, novas indústrias serão atraídas para a região, criando novas oportunidades e empregos para a população local”, afirmou o senador.
