O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a afirmar nesta terça-feira (18) que a prioridade defendida por ele é o avanço da anistia aos condenados do 8 de janeiro. A posição veio logo após um almoço com senadores da oposição e em meio a expectativas de uma nova denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), que poderia incluir o político nas ações de suposto golpe de Estado após as eleições de 2022. “Prioridade pra mim é anistia. Libertar essas pessoas que estao presas”, declarou a jornalistas na saída do encontro.
O almoço foi promovido pelo Bloco Vanguarda do Senado, formado pelo Partido Liberal (PL) e o Novo. Senadores de outras legendas também participaram do encontro, como o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS). O Vanguarda é o bloco parlamentar da oposição que congrega os 15 senadores de oposição.
Bolsonaro também disse considerar ter votos para aprovação do projeto, e relatou conversas com presidentes partidários, como Antônio Rueda, do União Brasil, e Gilberto Kassab, do PSD. Uma projeção de votos entre partidos não foi indicada.
O ex-presidente também defendeu a proposta ligada à Ficha Limpa, que, entre pontos, propõe a redução do número de anos em que um político pode ficar inelegível. Atualmente, a Lei impede que Bolsonaro concorra a uma eleição até 2030. Mudanças podem antecipar a participação dele.
A posição é a mesma em outros núcleos do PL. Em entrevista ao R7, o líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) defendeu uma mudança eleitoral ligada à Ficha Limpa para permitir a participação de Bolsonaro na disputa à Presidência da República em 2026.
Em relação à denúncia da PGR, a expectativa confirme apurou o R7, é de que seja confirmada nesta semana, com possibilidade de que saia ainda hoje. A depender do que for apresentado, o ex-presidente poderá ser julgado por ações ligadas a tentativa de golpe — com etapas que ainda passam por análise do STF (Supremo Tribunal Federal).
As definições são feitas por meio de acordos com os parlamentares e líderes das legendas, junto ao presidente do Senado Federal. Após a reunião de definição desta terça, a expectativa é que Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, assuma a Comissão de Segurança Pública e Damares Alves (Republicanos-DF), a Comissão de Direitos Humanos.
No ano passado, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outros no caso, o que eleva as expectativas para a denúncia.