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Rizicultura

Colheita do arroz avança no Rio Grande do Sul refletindo atraso no plantio e apresentando problemas de qualidade

Algumas regiões do estado estão registrando baixo volume de grãos inteiros, apesar de boas produtividades

Até a última sexta-feira (07), 14,69% da área de arroz semeada no Rio Grande do Sul já havia sido colhida, de acordo com dados levantados pela equipe técnica do IRGA (Instituto Rio-grandense do Arroz). 

O compilado de dados do Instituto mostram que 142.539 hectares já foram colhidos, dom liderança da Fronteira Oeste com 91.002 ha, seguida pela Planície Costeira Interna com 18.804, Região Central com 11.850 ha, Campanha com 8.999 ha, Planície Costeira Externa com 8.141 ha e Zona Sul com 3.743 ha. 

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“O avanço da colheita é um reflexo do período em que ocorreu a semeadura. A Fronteira Oeste foi a região que começou a semear no mês de setembro, já a Zona Sul foi a última a iniciar a semeadura, porém progrediu muito rápido, possivelmente o término da colheita deve ocorrer no mesmo período que a Fronteira Oeste”, pontua Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural. 

 

“Os dias estão longos e o clima seco, permitindo que o produtor avance rapidamente na colheita do grão”, avalia Siqueira, ressaltando que apesar das condições climáticas estarem permitindo que a colheita siga em ritmo acelerado, em razão do atraso no período da semeadura, que ocorreu principalmente na Região Central do Estado, reflexo das enchentes do mês de maio do último ano, a colheita pode se estender durante o mês de maio. 

Em sua mais recente estimativa de safra do Rio Grande do Sul, a Emater/RS apontou que a área semeada no estado nesta safra 24/25 foi de 970.194 hectares, um aumento de 7,8% ante a temporada passada. A produção total esperada é de 8,126 milhões de toneladas, o que seria um acréscimo de 12,9% do registrado em 23/24. Para isso, a produtividade média deverá ser de 8.376 quilos por hectare, apenas 0,1% menor do que a temporada anterior. 

Apesar das boas projeções de produção e produtividade, algumas regiões do Rio Grande do Sul estão sofrendo com a qualidade destes grãos colhidos, como conta o Presidente do Sindicato Rural de São Borja/RS, Tomaz Olea. 

“A colheita vem avançando aqui em São Borja e em toda Fronteira Oeste. A produtividade é razoavelmente boa, mas algumas lavouras estão com bastante problemas de grãos inteiros. Eu acredito que pela insolação muito forte, essas lavouras do cedo tiveram problemas de insolação muito forte, afetou bastante a qualidade do grão”, afirma. 

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O reflexo deste cenário, deve ser sentido diretamente no bolso do produtor, já que os pagamentos devem ser menores diante da queda de qualidade. “A gente sabe que afeta qualidade do arroz e o valor pago ao produtor. Isso é um problema muito sério que afeta lá na frente também na indústria, essa parte do grão inteiro para a cocção do arroz”, diz Olea.  

Esses descontos nos preços seriam ainda mais prejudiciais para os produtores, que já estão enfrentando um cenário de cotações pressionadas diante do avanço da colheita e das estimativas de grande produção no Brasil e em outros importantes players mundiais. 

“Iniciamos essa nova temporada com expectativa de uma safra robusta, onde somente no Rio Grande do Sul se falta em 8,2 milhões de toneladas, a nível nacional se fala em potencial de 12 milhões de toneladas e em todo o bloco arrozeiro do Mercosul são quase 17 milhões. Com isso o mercado vai se alinhando e buscando ajustes diante dessa grande oferta”, explica o Analista de Mercado da Safras & Mercado, Evandro Oliveira. 

De acordo com o Indicador Cepea/Irga-RS, o preço da saca de 50 kg de arroz acumulou recuo de 10,6% ao longo de fevereiro, ficando em média R$ 95,70. 

“Compradores seguem sinalizando dificuldades de repasse de preços ao atacado e varejo, assim como aguardando cotações menores com a entrada mais efetiva da nova safra. Do lado vendedor, apesar da baixa disponibilidade de produto, a necessidade de caixa para custeio das atividades, liquidação de estoques e o receio de novas desvalorizações fizeram com que parte dos agentes cedesse aos pedidos de compradores por preços inferiores e/ou alongamento de prazos de pagamento”, explicam os pesquisadores do Cepea.   

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