G1
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez ameaças aos Estados Unidos e chamou as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um possível acordo nuclear com o governo iraniano de "enganação", nesta quarta-feira (12).
Questionado em relação às ameaças militares feitas por Trump, o líder iraniano garantiu que o país irá retaliar em caso de ataque: "O Irã pode retaliar e, definitivamente, o fará".
"Se os Estados Unidos e seus agentes fizerem um movimento militar errado contra o Irã, eles serão os que sofrerão as maiores perdas".
O envio da carta havia sido anunciado por Trump na semana passada. No entanto, ele afirmou que o destinatário era o aiatolá Ali Khamenei e que o texto era uma proposta de negociações.
Após a declaração do republicano, Khamenei, que tem a palavra final em assuntos do Estado iraniano , respondeu prontamente que Teerã não seria intimidada a negociar com "demandas excessivas" e ameaças.
Nesta terça-feira (11), o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que não negociaria com ameaças pairando sobre sua cabeça e, segundo a mídia estatal iraniana, em um acesso de raiva, disse a Trump para "fazer o que diabos você quiser".
Ameaças do Irã à pressão americana
No final de fevereiro, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi já havia afirmado que o Irã não iria sucumbir à pressão e às sanções impostas pelos Estados Unidos.
Há um mês, o líder supremo do Irã falou que era necessário reforçar ainda mais o Exército do país, além de seus mísseis.
As declarações de Khamenei foram feitas enquanto o líder iraniano conferia as principais apostas no setor de Defesa em uma exposição em Teerã. Entre eles um "drone kamikaze" movido a jato - com imagens de um lançamento feito de um submarino exibidas pela primeira vez -, de acordo com a agência de notícias Tasnim.
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Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, confere inovações no setor de Defesa em Teerã — Foto: Gabinete do Líder Supremo Iraniano/WANA (West Asia News Agency)/Divulgação via REUTERS
Dias antes, ele havia aconselhado o governo a recusar qualquer negociação com EUA e o embaixador do país na ONU pediu que o Conselho de Segurança tomasse medidas contra o governo americanopor causa das ameaças do uso de força se o Irã se recusar a negociar seu programa nuclear.
O Irã garante que seu programa de mísseis balísticos é puramente defensivo, mas o arsenal é visto no Ocidente como um fator de risco.
E embora tenha negado por muito tempo suas ambições de armas nucleares, segundo o chefe da agência nuclear da ONU, o país está acelerando "dramaticamente" seu enriquecimento de urânio para 60% de pureza físsil, próximo ao nível de aproximadamente 90% para armas.
Teerã também anunciou, nos últimos meses, novas adições ao seu armamento convencional - como seu primeiro porta-aviões não tripulado e uma base naval subterrânea - e um acordo com a Rússia nas áreas de Defesa e Segurança.
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