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Atuação abusiva

CRM aciona Justiça para proibir vereador de entrar em hospitais

Conselho diz que Feitoza invadiu espaços restritos e intimidou e difamou uma médica do Pronto Socorro

DA REDAÇÃOO

MÍDIA NEWS

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Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) acionou o vereador por Várzea Grande, Kleberton Feitoza (PSB), na Justiça Federal, após ele entrar em áreas restritas do Pronto-Socorro da cidade e acusar uma médica de ter abandonado o plantão. 

O político vem interrompendo atendimentos médicos, ingressando em áreas restritas, incluindo consultórios e salas de descanso médico

O CRM acusa o parlamentar de intimidar e difamar uma médica que atuava no Hospital. Um pedido de cassação também foi protocolado na Câmara Municipal. No processo na Justiça Federal, a autarquia pede que Feitoza seja proibido de ingressar em unidades sem autorização; realizar qualquer tipo de filmagem de profissionais de saúde e pacientes sem autorização; entrar em locais restritos destas unidades; e não praticar nenhum tipo de intimidação contra os profissionais. Em caso de descumprimento de qualquer uma das proibições, o vereador fica sujeito à multa de R$ 50 mil. O CRM-MT afirmou na ação de Feitoza tem extrapolado as prerrogativas enquanto vereador sob o pretexto de fiscalizar as unidades.

 "O político vem interrompendo atendimentos médicos, ingressando em áreas restritas, incluindo consultórios e salas de descanso médico, e violando o sigilo médico-paciente, um direito fundamental protegido pela legislação vigente”. Segundo o conselho, em menos de três meses, ele já protagonizou pelo menos três episódios nas fiscalizações. "Em 23 de janeiro, invadiu a Unidade de Saúde da Família (USF) do Parque do Lago, durante horário de almoço dos profissionais médicos, filmando ambientes internos sem autorização e divulgando informações falsas sobre a prestação do serviço público de saúde", disse.

 "O segundo episódio ocorreu justamente no HPSMVG, no dia 6 de março. Na ocasião, ele invadiu a sala de descanso da unidade, alegando que uma médica que atuava no local havia deixado o hospital, o que foi confirmado não ser verdade. A profissional, ao ouvir a gritaria provocada pelo político, contrangida e intimidada, optou por se esconder no vestiário feminino  localizado no setor de descanso dos profissionais.

A mesma médica foi filmada pelo político no consultório, em momento de atendimento, o que configura na violação do sigilo entre médico e paciente", acrescentou. "Um dia depois, na véspera do Dia Internacional da Mulher, invadiu o Centro de Especialidades Médicas, de forma intimidatória, causando uma série de transtornos aos pacientes que ali estavam, em jejum, aguardando para a realização de exames. De forma coincidente e preocupante, suas abordagens mais agressivas ocorrem contra profissionais mulheres, evidenciando um padrão de conduta que sugere machismo estrutural e abuso de autoridade direcionado a servidoras do setor da saúde”, disse o CRM.

O abuso gerou consequências psicológicas e profissionais irreversíveis para a médica, que, após o incidente, pediu demissão

 Para o conselho, os episódios geraram "consequências psicológicas e profissionais irreversíveis para a médica", e que, após o incidente, pediu demissão, relatando dificuldades para dormir e trabalhar. “A reincidência dessas práticas comprova que o vereador age de forma premeditada e abusiva, utilizando seu cargo como ferramenta de autopromoção política às custas da integridade dos profissionais da saúde, do funcionamento regular das unidades médicas e do bem-estar dos pacientes”, completou. Medidas disciplinares  Em paralelo a um pedido de abertura de processo de cassação na Câmara e ao processo na Justiça Federal, o CRM-MT oficiou diversas autoridades.

Foram notificados a prefeita Flávia Moretti, o presidente da Câmara Municipal, Wanderley Cerqueira; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Várzea Grande. No documento, o conselho pede, entre outras coisas, a adoção de medidas disciplinares cabíveis. “Não se trata de um caso isolado, temos visto aumentar exponencialmente o número de agressões por agentes políticos a médicos e profissionais de saúde. Neste caso específico, vemos que este tipo de conduta é regram inclusive. Vamos até as últimas consequências e este vereador sentirá o peso das suas atitudes”, completou.

Leia mais sobre o assunto: CRM pede cassação de vereador por constranger médica de VG Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo rea

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