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Divergência

Racha no PSOL expõe briga entre Boulos e Glauber Braga

Correntes do partido divergem sobre apoio ao governo do presidente Lula https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/racha-no-psol-expoe-briga-entre-boulos-e-glauber-braga,2a1390ff36c8e0e903d870d2bd79669c8p3nlkbt.html?utm_source=clipboard

  • Rayanderson Guerra-Terra
  • RIO - Os embates entre duas correntes do PSOL se acirraram nas últimas semanas e expuseram um racha entre os filiados que defendem a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os críticos do governo federal. A disputa por espaço no partido colocou em lados opostos os deputados Guilherme Boulos (SP) e Glauber Braga (RJ), com troca de acusações nos bastidores.

    A ala majoritária liderada por Guilherme Boulos conta com os deputados Tarcísio Motta (RJ), Talíria Petrone (RJ), Erika Hilton (SP), Pastor Henrique Vieira (RJ), Célia Xakriabá (MG), Ivan Valente (SP) e Luciane Cavalcante (SP). O grupo é alinhado ao presidente Lula e defende uma atuação de defesa da gestão petista.

    David Deccache, assessor econômico ligado à minoria, foi demitido após oito anos na função. Ele e seus aliados alegam que a decisão foi motivada por suas críticas ao governo Lula nas redes sociais.

    Em nota elaborada pela maioria, a bancada do PSOL negou que a demissão tenha ocorrido por divergências políticas e alegou que Deccache teria ofendido deputados, chamando-os de "oportunistas", "covardes" e "mentirosos". "A partir do momento em que um assessor ataca a representação política que o indicou, cria-se um conflito ético-profissional, inviabilizando sua permanência no cargo", diz trecho do documento. O economista nega as acusações.

    "O que aconteceu com o David não é um fato isolado, vem se arrastando há algum tempo, eu diria há anos, mas tem um grau de gravidade superior, que representa uma virada de chave por parte do campo majoritário do PSOL. Eu questionei na reunião: 'Qual é a diferença daquilo que foi realizado pelo David do que eu também realizo como parlamentar?'", disse Braga em uma live, acrescentando: "O que fazer? Esgotou-se o tempo de presença no PSOL ou não? Esse diálogo agora é o que eu tomo a liberdade de fazer".

    Em entrevista à Coluna do Estadão no dia 6 de fevereiro, Deccache disse que foi exonerado por criticar a política econômica da gestão petista, afirmou ter sofrido assédio moral e avaliou que o deputado Guilherme Boulos, da ala majoritária da sigla, manda na legenda "de forma autoritária". Procurado, Boulos não comentou.

    Os deputados da ala minoritária encorpam o coro das críticas. De acordo com deputados ouvidos pelo Estadão, Boulos quer se consolidar como uma das lideranças do partido se associando "irrestritamente" ao presidente, "passando por cima do histórico de pluralidade e independência" do PSOL.

    A demissão de Deccache foi discutida pela bancada do partido na Câmara em um reunião em fevereiro. Após o encontro, a ala majoritária divulgou um documento alegando que a demissão do assessor foi causada por "ataques públicos" do economista a parlamentares, o que Deccache nega. Além da exoneração em si, a ala deixou clara sua posição no debate sobre a posição em relação ao governo Lula:

    "A questão de fundo da polêmica que um grupo do partido quer criar, fazendo debate interno de maneira pública e desrespeitosa, é a tentativa de jogar o PSOL na oposição ao governo Lula. Nossa leitura é de que o foco deve ser o enfrentamento ao bolsonarismo", afirmaram os oito parlamentares, acrescentando que 67% da convenção partidária decidiu que o partido integraria a base da gestão petista para ajudar na "derrota da extrema direita".

    Os deputados Chico Alencar e Fernanda Melchionna, ambos do grupo minoritário, atuam para apaziguar e superar a crise dentro da legenda. Eles defendem que as divergências sejam resolvidas internamente e sustentam que é preciso diálogo entre os dois grupos.

    O impasse entre as alas se arrasta desde 2023, quando a historiadora Paula Coradi, ligada a Boulos, foi eleita presidente em um evento marcado por brigas internas. Assim como Boulos, Coradi pertence à corrente Primavera Socialista, ala do partido que defende aproximação maior com o PT. Já a corrente Movimento Esquerda Socialista, de Glauber Braga, foi derrotada.

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