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Notícias do Agro Sexta-feira, 07 de Março de 2025, 15:00 - A | A

Sexta-feira, 07 de Março de 2025, 15h:00 - A | A

Brasil

Bancada do agro apresenta sugestões para reduzir preços dos alimentos

Bancada do agro enviou a ministros do governo Lula 20 sugestões para reduzir os preços dos alimentos no país

Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada do agro, enviou um ofício aos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, com 20 sugestões para reduzir os preços dos alimentos no país. As ideias foram elaboradas por entidades do setor que integram o Instituto Pensar Agro (IPA).

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São nove medidas de curto prazo e 11 de médio e longo prazos (veja a lista abaixo). Segundo a FPA, ações emergenciais são necessárias, mas não substituem reformas estruturais que garantam previsibilidade e competitividade ao setor no longo prazo.

O presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), defendeu investimentos em infraestrutura e logística, ampliação do crédito ao produtor rural e um ajuste na política fiscal para conter a inflação dos alimentos de maneira sustentável.

“Apresentamos soluções imediatas para amenizar o sofrimento da população que se assusta cada dia mais com os preços dos alimentos e do produtor que está fazendo o impossível para produzir e pagar suas contas. Mas é claro que precisamos reestruturar nossa estratégia econômica e evitar distorções de mercado que possam comprometer a competitividade do agro brasileiro”, explicou.

 

Entre as sugestões apresentadas estão medidas imediatas como a revisão da tributação sobre fertilizantes e defensivos agrícolas e uma redução temporária do PIS/Cofins sobre insumos essenciais, como trigo e óleo vegetal.

A médio e longo prazos estão sugestões como a facilitação do acesso ao crédito rural e a expansão da malha ferroviária e hidroviária.

 

Comida mais cara

  • A inflação tem castigado os brasileiros ao elevar os preços dos alimentos que chegam às mesas. Em 2024, enquanto a inflação total acumulou alta de 4,83%, a inflação do grupo Alimentação e Bebidas acumulou alta de 7,69%.
  • Segundo o IBGE, entre as famílias com renda de até cinco salários mínimos, os alimentos correspondem a 25% das despesas mensais. Para aquelas que ganham até dois salários mínimos, esse percentual ultrapassa 30%.
  • O governo atribui a alta dos alimentos aos fenômenos climáticos extremos e à cotação do dólar, que ultrapassou os R$ 6,00 no fim do ano passado e deu uma recuada no início deste ano.
  • A maior aposta do governo para reverter a situação é a “supersafra” agrícola prevista para 2025. Tem sido descartadas medidas consideradas heterodoxas, como o tabelamento de preços.
  • A cúpula do Executivo vê reflexos da inflação na popularidade, com os índices de reprovação crescendo.

Sugestões da bancada do agro

Curto prazo:

  1. Revisão da tributação sobre fertilizantes e defensivos agrícolas;
  2. Inclusão do óleo de soja na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec);
  3. Redução temporária do PIS/Cofins sobre insumos essenciais, como trigo e óleo vegetal, para baratear produtos como massas e pães;
  4. Revisão do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) para reduzir custos no transporte de insumos agropecuários;
  5. Redução dos requisitos de garantia real para operações de crédito;
  6. Reavaliação de impostos sobre embalagens essenciais, diminuindo o impacto no preço dos alimentos processados;
  7. Desburocratização alfandegária, integrando processos alfandegários e sanitários para agilizar a liberação de mercadorias;
  8. Ampliação do uso do Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex) para integração entre processos alfandegários e sanitários e padronização dos procedimentos entre Mapa e Receita Federal, reduzindo tempos de liberação de mercadorias; e
  9. Eliminação de barreiras regulatórias desnecessárias que dificultam a comercialização de produtos agropecuários.

Médio e longo prazo

 
  1. Redução do desperdício de alimentos, reavaliando normas de validade e incentivando programas de aproveitamento de produtos próprios para consumo;
  2. Plano Safra sem contingenciamentos, garantindo previsibilidade orçamentária e melhores condições de financiamento para os produtores;
  3. Facilitação do acesso ao crédito rural, eliminando barreiras regulatórias e adequando normas ambientais;
  4. Ampliação da subvenção ao seguro rural e do Proagro, oferecendo maior proteção financeira aos produtores contra perdas climáticas;
  5. Financiamento de longo prazo para a Cadeia de Frio, reduzindo desperdícios e estabilizando os preços de alimentos perecíveis;
  6. Expansão da malha ferroviária e hidroviária, diminuindo a dependência do transporte rodoviário e reduzindo custos logísticos;
  7. Recuperação de rodovias estratégicas e estradas vicinais, melhorando o escoamento da produção e reduzindo perdas logísticas;
  8. Ampliação da capacidade de armazenagem, minimizando oscilações de preços e protegendo os produtores nos períodos de colheita;
  9. Aplicação de medidas antidumping apenas em casos comprovados de concorrência desleal, evitando distorções na oferta e nos preços dos alimentos;
  10. Aumento da disponibilidade de farelo de milho e soja para reduzir o custo da ração animal, impactando positivamente a produção de proteínas; e
  11. Incentivo à produção nacional de fertilizantes e bioinsumos, reduzindo a dependência de insumos importados e aumentando a competitividade do setor.

Governo faz reuniões

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), se reúne nesta quinta-feira (6/3) com representantes do setor de alimentos, com a presença de outros ministros, para discutir a inflação. O governo federal estuda medidas para tentar conter os aumentos nos preços.

Dois encontros serão coordenados por Alckmin. O primeiro, pela manhã, TEM a participação dos ministros Carlos Fávaro, da Agricultura, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário. Já no segundo, à tarde, o vice receberá empresários do setor.

Nas reuniões, Alckmin deve avaliar as medidas propostas ao longo da semana passada por produtores rurais e proprietários de supermercados. A questão é uma das principais preocupações do Planalto no momento, porque tem um grande impacto em como a população enxerga o governo.

 

Após as reuniões técnicas, o presidente Lula deve chamar a equipe para tentar definir o plano de ação

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