Agronotícias
Dez empresas brasileiras receberam habilitação para exportar gergelim à China. A medida é resultado de um acordo fechado entre o presidente chinês Xi Jinping, e o presidente Lula, em novembro de 2024, fortalecendo as relações comerciais entre os países.
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O mercado mundial de gergelim era avaliado em US$ 7,7 bilhões em 2024, pela consultoria Mordor Intelligence, com uma de taxa anual de crescimento de 2,6% e expectativa de chegar a U$ 8,7 bilhões em 2029.
O Brasil ocupa a sétima posição no mercado exportador mundial de gergelim, atrás de países como Sudão, Índia, Myanmar, Tanzânia e Nigéria, responsáveis por 64% da superfície cultivada mundialmente, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Com alto teor de óleo, cerca de 50%, as sementes de gergelim têm múltiplas aplicações na indústria alimentícia e cosmética, gerando uma demanda que vai além do consumo de sementes in natura.
A variedade doce, mais aceita no mercado internacional para consumo humano, ainda é pouco cultivada devido a maiores perdas na colheita mecanizada e a sua menor produtividade. Ela é utilizada, por exemplo, para a produção de tahine e panificação, além de outros pratos do Oriente Médio, Ásia e África.
Brasil
A produção de gergelim no Brasil tem crescido significativamente nos últimos anos como alternativa ao cultivo de milho de inverno. Na safra 2018/19, por exemplo, o país produziu 41,3 mil toneladas de gergelim, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse número aumentou para 95,8 mil toneladas na safra 2019/20. Mais recentemente, em 2022/23, a produção foi de 174 mil toneladas, e na temporada 2023/24, subiu para 361 mil toneladas.
"O gergelim se mostra como uma alternativa viável ao milho segunda safra pela boa rentabilidade e baixos custos totais, mas o mercado dele tem menor liquidez em relação ao milho e à soja, com menos participantes e uma demanda menor, sendo mais semelhante ao mercado de feijão", apontou em relatório o gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA Cesar de Castro Alves, na ocasião do fechamento de acordo entre os países.
O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de gergelim no Brasil, seguido por Goiás, Pará e Tocantins. Segundo divulgações anteriores da Embrapa, há potencial para produção na Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Rondônia.
Os maiores consumidores mundiais de gergelim são: China, Japão, Coreia do Sul e EUA
Empresas habilitadas pela China:
- SEMPRE VERDE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA: Produz milho, gergelim, amendoim descascado e soja.
- CR BRASIL BUSINESS: Produz milho, gergelim e soja.
- AUREAPHI COMMODITIES E SERVIÇOS DE EXPORTAÇÃO LTDA: Produz milho, gergelim, amendoim descascado e soja.
- D.L. RODRIGUES IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO LTDA: Produz milho, gergelim e soja.
- GRANELES BRASIL COMERCIAL IMPORTADORA EXPORTADORA AGRÍCOLA S.A.: Produz gergelim e soja.
- ARBAZA ALIMENTOS LTDA: Produz gergelim.
- NG TRADE LTDA: Produz gergelim.
- INTERNATIONAL COMMODITIES TRADING LTDA: Produz gergelim.
- SCA TRADING S/A: Produz gergelim.
- SEZAM ZAAD COMÉRCIO DE SEMENTES LTDA: Produz gergelim.
- SMP 158 SOLUÇÕES AGRÍCOLAS LTDA: Produz gergelim.
De acordo com o serviço alfandegário chinês, os registros têm validade até 2029.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, disse que 21 unidades de diferentes empresas foram habilitadas para iniciar a exportação de gergelim para a China. Segundo o secretário, o país asiático importa cerca de 1 milhão de toneladas de gergelim por ano e consome 1,4 milhão de toneladas e representa um potencial importante para as vendas do Brasil, que produz quase 300 mil toneladas anualmente.
"A possibilidade é alta da China ser o maior mercado para nós já este ano. A expectativa é de poder exportar até 100 mil toneladas. Será um grande mercado. Praticamente toda a nossa produção é exportada atualmente. A Índia era o principal comprador, mas agora com a China devemos ter uma nova configuração", afirmou à reportagem.