Quinta-feira, 06 de Março de 2025
icon-weather   
DÓLAR R$ 5,75 | EURO R$ 6,22

06 de Março de2025


Área Restrita

Justiça Quarta-feira, 05 de Março de 2025, 14:14 - A | A

Quarta-feira, 05 de Março de 2025, 14h:14 - A | A

Governo Lula

Boulos ao ministério preocupa Centrão e expõe divisão no PT

Aliados do presidente Lula já usam a possível indicação de Boulos contra ele

Edina Araújo/Fatos de Brasília

Comentários sobre a possibilidade de nomeação de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo, tem gerado preocupação entre líderes do Centrão e causado desconforto dentro do próprio PT. Nos bastidores, parlamentares classificam essa possibilidade como "assustadora", temendo um afastamento ainda maior do governo Lula em relação ao Congresso Nacional.

Interlocutores do Centrão argumentam que, neste momento, a estratégia mais acertada seria fortalecer os laços com partidos da frente ampla, como MDB, PSD, União Brasil, Republicanos e até o Progressistas. No entanto, aliados comentam que o presidente tem tomado decisões na direção oposta. A nomeação de Gleisi Hoffmann para a articulação política é vista como um exemplo claro dessa estratégia, sinalizando um Planalto mais alinhado à esquerda e menos inclinado a ceder espaço ao centrismo pragmático.

Embora reconheçam que Boulos mantém excelente interlocução com os movimentos sociais e, em outro contexto, poderia ser um bom nome para o governo, líderes do Centrão temem que sua presença no Planalto, neste momento, intensifique a resistência do Congresso às pautas governistas. "Seria muito ruim para o presidente Lula dentro do Congresso Nacional", comentou um parlamentar sob condição de anonimato.

A resistência, porém, não parte apenas do Centrão. Dentro do próprio PT, a escolha de Gleisi Hoffmann para a articulação política também gerou desconforto. Uma ala do partido defendia a nomeação de José Guimarães para o cargo, apostando em um perfil mais conciliador e menos combativo. Esse descontentamento interno pode se aprofundar caso Lula decida ampliar a influência de figuras mais ligadas à esquerda na cúpula do governo.

A expectativa agora recai sobre a postura que Gleisi Hoffmann adotará no cargo. Em pronunciamentos recentes, ela garantiu que sua atuação será baseada no diálogo e que pretende ajustar sua estratégia para atender às exigências de um cargo que demanda negociação constante com o Congresso. Nos bastidores, porém, há grande ceticismo quanto à sua capacidade de flexibilizar o discurso e conquistar o apoio necessário para assegurar a governabilidade.

Se Lula realmente indicar Boulos para um cargo ministerial estratégico, o governo poderá enfrentar um novo capítulo de turbulências, tanto dentro quanto fora do PT. Resta saber se o presidente estará disposto a correr esse risco ou se buscará um caminho mais equilibrado para preservar a estabilidade política de sua gestão.

 

 

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]