O Partido dos Trabalhadores (PT) está no centro de uma nova polêmica, envolvendo figuras de destaque do partido. Washington Quaquá, vice-presidente da legenda e prefeito de Maricá, anunciou a intenção de denunciar Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, ao Conselho de Ética do PT. O motivo da denúncia se baseia em uma acusação de que Anielle teria indicado um funcionário fantasma para a gestão anterior da prefeitura de Maricá. O servidor em questão, Alex da Mata Barros, trabalhou na área de obras do município entre 2021 e 2025, atuando como consultor para a ministra. No entanto, Anielle Franco nega as alegações e classificou as acusações como uma tentativa de perseguição política.
A situação gerou um grande mal-estar dentro do PT, dado que Quaquá ocupa uma posição de liderança no partido e está, aparentemente, expondo publicamente uma possível falha de um membro do governo. A disputa interna no partido revela um cenário de crescente tensão e rivalidade, o que tem afetado a imagem do PT, especialmente em um momento em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma queda em sua popularidade.
Além dessa polêmica, surgiram outras questões envolvendo a ministra Anielle Franco. Uma delas diz respeito à contratação de Bianca Maria Santana, madrinha de casamento da ministra, como coordenadora de um projeto de reconstrução e desenvolvimento. O contrato envolvia um valor significativo e gerou suspeitas de favorecimento. O Ministério da Igualdade Racial, por sua vez, negou qualquer irregularidade na contratação e esclareceu que Anielle Franco não teve envolvimento direto na seleção dos projetos de consultoria.
Outra controvérsia que se somou a essas acusações foi o uso de um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) pela ministra para assistir a um jogo de futebol entre Flamengo e São Paulo. O episódio gerou críticas devido ao uso de recursos públicos para fins pessoais e alimentou o desgaste em torno da ministra.
O cenário político dentro do PT está cada vez mais tumultuado, com acusações e disputas internas ganhando destaque. As brigas pelo poder dentro do partido estão se tornando mais intensas à medida que o PT se aproxima de uma eleição crucial para definir o sucessor de Lula, já que ele não poderá se candidatar em 2026. As facções internas do partido estão se preparando para essa disputa, e isso reflete a divisão e a falta de unidade em um momento delicado para o governo.
Essas contendas internas no PT demonstram um partido em crise, com acusações de má administração e uso inadequado de recursos públicos, além de uma crescente falta de confiança entre seus membros. O que parecia ser uma legenda unificada agora enfrenta uma série de dificuldades políticas e éticas que poderão afetar seu futuro nas próximas eleições. A instabilidade dentro do partido reflete um cenário mais amplo de desafios para a governabilidade do país, gerando preocupações sobre a estabilidade política do Brasil.