Gabriel Rodrigues
Adeputada estadual Janaina Riva (MDB) considera um erro do Governo de Mato Grosso, por meio do governador Mauro Mendes (União Brasil), a defesa do confisco de terras mesmo em casos de desmatamento e queimadas ilegais. Ela ainda sinalizou que Mauro não aceita críticas, após ele gravar um vídeo insinuando que estava sendo alvo de mentira de políticos oportunistas e adeptos da "malandragem".
A confusão teve início após o governador se manifestar no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 743, do PSOL, que cobrou do Governo Federal e governadores, a adoção de medidas mais duras contra queimadas no Pantanal e na Amazônia.
Para a deputada, o confisco viola regras sagradas e que o debate deveria ser feito no Congresso Nacional, tendo debates locais nas Assembleias e até mesmo um plebiscito para ouvir a população sobre o tema. Ela considera que há um "atropelo" de competência neste caso: "É um absurdo se cogitar expropriar terra. Propriedade é sagrado. Ainda mais abrir uma brecha dessa".
"É muito perigoso quando uma pessoa só se acha autossuficiente para tomar uma decisão dessa proporção em nome do nosso Estado e de todos nós", comentou.
Janaina relatou que procurou a Casa Civil antes de gravar o primeiro vídeo, expondo o seu temor, contudo, não foi atendida em duas oportunidades. Suas dúvidas foram sanadas e confirmadas, diante da manifestação do governador, de atacar políticos que demonstraram oposição por falta de clareza. Janaina compreende que o governador não tolera divergências e que isso tem sido corriqueiro contra os próprios aliados: Deputados Eduardo Botelho (União Brasil), Max Russi (PSB) e o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri.
"Eu tenho muita preocupação com o comportamento do governador, não só comigo, mas com todos aqueles que divergem a opinião dele [...] mas eu vejo que quando é comigo, é muito mais forte. Falando, por exemplo, de malandragem".
"Quando a pessoa não aceita uma opinião divergente, aconteceu agora esses dias, usando toda a máquina do Governo para manchar a imagem do desembargador Orlando Perri também, eu fico muito preocupada porque, quando isso acontece, parece que a gente está numa ditadura, quer dizer, ninguém pode fazer um comentário, ninguém pode dar uma sugestão. [Dizendo que] a gente está desesperado por voto. Olha, fale por você, eu não estou desesperada por voto", disparou.