Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025
icon-weather   
DÓLAR R$ 5,75 | EURO R$ 6,04

25 de Fevereiro de2025


Área Restrita

Polícia Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025, 14:17 - A | A

Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025, 14h:17 - A | A

Polícia

Gaeco e PF prendem policial civil em operação de combate à lavagem de dinheiro do PCC

  As duas fintechs alvo da operação desta terça trabalhavam com cifras bilionárias, segundo operações da própria PF conduzidas no ano passado

Por César TralliIsabela Leite, Bruno Tavares, TV Globo e GloboNews — São Paulo

 

✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp

 

 
 

Policial Civil de SP é preso em operação contra fintechs ligadas ao PCC

 

Investigadores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e da Polícia Federal prenderam na manhã desta terça-feira (25) um policial civil em uma operação de combate à lavagem de dinheiro do PCC por meio de duas fintechs (instituições financeiras digitais).

A ação é mais um desdobramento da delação de Vinicius Gritzbach, acusado de lavar dinheiro para a facção criminosa e assassinado com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no final do ano passado.

Preso nesta terça, o policial Cyllas Elia Junior se apresenta como CEO da 2GO Bank, uma das instituições financeiras citadas pelo delator do PCC. A outra empresa é a InvBank.

 

 

Policial preso

 

Elia Junior estava afastado desde 2022 de suas funções a pedido e, no começo deste ano, voltou a trabalhar na Polícia Civil. Ele estava lotado no Decap, o departamento responsável pelas delegacias da capital.

Ele já tinha sido preso no ano passado em outra operação da PF em Campinas pela ligação na lavagem de dinheiro para criminosos chineses. Ele foi solto no fim de 2024.

 

Procurada, a defesa de Cyllas Elia disse que desconhece a prisão dele e não quis se manifestar neste momento.

A Lei Orgânica da Polícia Civil não veda a participação de policiais civis em sociedades comerciais.

Além do mandado de prisão contra o policial civil, também foram cumpridas ordens de busca e apreensão nas sedes das duas empresas, além de endereços de seis pessoas ligadas à gestão e funcionamento dessas fintechs.

A Justiça também determinou o bloqueio de até R$ 27 milhões dos investigados e das fintechs e decretou a suspensão das atividades dos dois bancos digitais.

Material apreendido na operação do Gaeco e da PF contra fintechs 2GO Bank e InvBank — Foto: Reprodução

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha os desdobramentos da operação e está à disposição da PF e do Gaeco para colaborar com as investigações.

 

"É importante ressaltar que as forças de segurança do Estado são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos, com transparência e respeito aos direitos humanos fundamentais", diz trecho da nota.

 

Crime organizado atingiu 'outro patamar' e hoje opera no mercado financeiro formal, diz promotor após operação contra lavagem de dinheiro do PCC

Saiba mais

 

30 milhões movimentados

 

As fintechs oferecem inovações no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologia, como o envio de pagamentos para o exterior. No Brasil, há várias categorias de fintechs: de crédito, de pagamento, gestão financeira, empréstimo, investimento, financiamento e câmbio, entre outras.

 

 

As duas fintechs alvo da operação desta terça trabalhavam com cifras bilionárias, segundo operações da própria PF conduzidas no ano passado. Os valores movimentados chegam próximo a R$ 30 milhões.

 

Em 2022, o 2GO Bank promoveu um evento em São Paulo sobre segurança bancária na internet. Várias autoridades participaram, inclusive como palestrantes, como o delegado-geral da Polícia Civil de SP, Artur Dian, e o promotor de Justiça Richard Encinas, do Cyber Gaeco, além do ex-chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos do Deic Carlos Afonso.

Apurações de promotores e analistas do Gaeco em conjunto com policiais federais descobriram “um complexo esquema ilícito, engendrado por intermédio do emprego indevido de empresas de tecnologia financeira”.

As duas empresas são suspeitas de receber valores em espécie e depois movimentá-los e alocá-los, dando falsa aparência de licitude para beneficiar o PCC.

Os investigadores afirmam que essas fintechs direcionavam os depósitos que recebiam para contas de “laranjas”, mantendo pleno controle de tais contas.

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]