Manter os costumes e a tradição, bem longe de casa, ou melhor, em outro Estado, é uma tarefa difícil, ainda mais na correria do dia a dia. No entanto, os gaúchos que moram em Primavera do Leste, buscam cultivar suas tradições no Centro de Tradições Gaúchas Querência Distante. Isso ocorre com maior ênfase na Semana Farroupilha, que foi realizada entre os dias 12 e 19 de setembro. As festividades celebraram a cultura com muita diversão e comida típica.
De acordo com o patrão Alzemar Trevisol, os eventos que ocorreram dentro da Semana Farroupilha superou as expectativas. Para ele, toda essa comemoração é uma forma de estar em casa, sem estar no Estado gaúcho, “pois a essa semana é uma maneira de matarmos a saudade de casa e o CTG é a nossa casa fora do nosso estado”, disse entusiasmado.
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Durante o jantar dançante organizado pela Campera, no último sábado (19), os primaverenses puderam saborear um costelão, o patrão Trevisol, agradeceu a participação da gauchada e de toda sociedade primaverense.
Nesse evento, uma apresentação de dança da tradição gaúcha, envolvendo uma jovem com limitações físicas arrancou lágrimas do público.
“Essa é uma forma de incluir as pessoas com deficiência dentro da nossa tradição, inclusive esse será um tema de entrada de um concurso de dança, que iremos participar”, explicou.
“Essa jovem é a nossa mascote, embora com limitações, os olhos dela brilham e com muita alegria encanta o público e isso é gratificante, agradecemos esse lindo trabalhão ao nosso professor de dança”, ressaltou.
CTG
Em Primavera do Leste, o CTG Querência Distante foi fundado em 11 de julho de 1983, por um grupo de 32 gaúchos, que se reuniam aos finais de semana para bater papo e fazer um bom churrasco.
Conta com pouco mais de 200 associados, proporciona várias atividades como danças tradicionais, chula, declamações, canto, equipes de bocha e atividades campeiras.
Existem CTGs espalhados por 23 estados brasileiros além dos Estados Unidos, Paraguai, Portugal e Japão.
Farroupilha
A Semana Farroupilha é um evento da cultura gaúcha que se comemora com desfiles em homenagem a líderes da Revolução que foi a mais longa do Brasil. Durou dez anos e tinha como ideal liberdade, igualdade e humanidade. É nessa semana que os gaúchos vão para as ruas comemorar, tomando chimarrão e celebrando com desfiles, shows e se caracterizando com roupas tradicionais. As moças de vestido de prenda e os homens de bombacha, lenço, chapéu, entre outros.
Segundo o estudo A diáspora do Povo, há muitas décadas a migração de agricultores gaúchos para todos os rincões do Brasil é um tema que, pela sua grandeza chama a atenção. Estima-se que hoje 1.2 milhão gaúchos vivam fora das divisas do Estado.
Ao longo dos últimos quarenta anos, o Rio Grande perdeu muita gente que foi em busca de um pedaço maior de terra nas novas fronteiras agrícolas que estavam sendo abertas na região dos cerrados e das grandes florestas. Com sua extraordinária experiência agrícola e com sua profunda dedicação ao trabalho, esses pioneiros gaúchos enfrentaram inúmeros desafios e acabaram transformando em celeiro o que antes era terra devoluta.
Nos últimos trinta anos. Como se sabe, a produção brasileira de grãos saltou de 47 milhões de toneladas, na safra 1976/1977, para 122 milhões de toneladas em 2005/2006. Porém, quando se observa isoladamente a produção foram os Estados que receberam as maiores levas de agricultores vindos do sul.
Por exemplo, o estado de Mato Grosso, onde se estima que vivam pouco mais de 100 mil gaúchos. A produção daquele Estado cresceu 740% nas trinta últimas safras. Esses e outros estados, como Rondônia, Minas Gerais, receberam grandes levas de agricultores gaúchos que se destacam em geral pela produção de soja e de arroz, as estatísticas sobre produtividade de colheitas se tornaram muito mais fartas nos Estados que receberam fortes correntes de agricultores vindos do sul. O exemplo mais marcante é igualmente o da Bahia, é ainda mais contundente.
