A juíza Helícia Vitti Lourenço, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, decidiu pela impronúncia de Ronilson Marques de Queiroz e Rosangela Marques de Queiroz, acusados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pelo homicídio qualificado do empresário Etacir Luiz Perotto, ocorrido em dezembro de 2010 na capital.
Conforme a denúncia, os acusados teriam matado a vítima, que era dono de uma floricultura, a tiros por vingança nas imediações ao acesso do Centro de Eventos do Pantanal. O corpo de Etacir foi encontrado no dia 18 de dezembro, com marcas de perfuração por arma de fogo.
Cerca de um mês antes, Etacir atirou em Ronilson, que na época era seu funcionário. A bala atingiu seu braço. O dono da floricultura alegou que o réu teria participação em um sequestro que ele havia sofrido.
De acordo com a investigação, a esposa da vítima relatou que, dois dias após esse episódio, ouviu Rosangela, que também trabalhou na empresa, dizer que “isso não ia ficar assim”. Esses motivos apontaram que a motivação do crime seria uma retaliação.
Durante a instrução, foram ouvidas 16 testemunhas e colhidos os depoimentos dos acusados. A defesa alegou ausência de provas suficientes de autoria e pediu a impronúncia — o que foi acolhido pela magistrada.
“Apesar da materialidade do crime estar comprovada por laudos periciais e documentos oficiais, os indícios de autoria apresentados não são suficientes para submeter os réus ao julgamento pelo Tribunal do Júri”, destacou a juíza em sua decisão desta terça-feira (22). Testemunhos colhidos durante a investigação apresentaram versões contraditórias e fragilidades na identificação dos autores do crime.
Uma das testemunhas afirmou ter visto um homem saindo de um matagal próximo ao local do crime na noite dos fatos, mas não conseguiu reconhecê-lo com segurança por meio de fotos — apenas pessoalmente, dias depois, quando o acusado já estava detido. A magistrada considerou o reconhecimento frágil e insuficiente para levar os réus a júri popular.