Patricia Sanches
RD NEWS
Osenador Jayme Campos (União) é favorável a aprovação da anistia para alguns dos envolvidos nos ataques aos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, há exageros, em algumas situações, que precisam ser corrigidos. Por outro lado, Jayme é contra alterar a Lei da Ficha Limpa e entende que medida pode beneficiar “malandros”. As duas propostas, que são polêmicas, tramitam no Congresso Nacional e sofrem forte pressão de bolosnaristas para que sejam aprovadas.
“Eu ouvi um caso, de uma cabeleireira do estado de São Paulo. Ela foi e passou um batom em um vidro, em uma estátua lá no Supremo Tribunal Federal. Essa mulher está há seis, há oito meses na cadeia. Com certeza, tem filhos em casa e etc. Pô! Acho que esse [caso] aí não é razoável”, exemplifica, sobre a possibilidade de anistia, ressaltando que, talvez, a cabeleireira, fique mais tempo na cadeia do que um assassino.
Rodinei Crescêncio/Rdnews
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Senador Jayme Campos comenta duas propostas polêmicas que tramitam no Congresso Nacional
O PL da Anistia, que tramita no Congresso, prevê o perdão a investigados e condenados por participar dos ataques de 8 de janeiro, quando houve tentativa de golpe de Estado. Texto divide opiniões e é defendido com unhas e dentes pelos bolsonaristas da Câmara e do Senado.
Alguns sonham, inclusive, em fazer “ajustes” no PL para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também seja beneficiado pelo “perdão” e, assim, possa concorrer à presidência da República.
Articulação, entretanto, não é fácil de se viabilizar. Bolsonaro está inelegível após ser condenado em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores. Embora tenha relação com as eleições, ocaso é diferente das condenações em razão dos ataques aos Três Poderes.
Lei da Ficha limpa
Outra possibilidade de devolver os direitos políticos a Bolsonaro é a proposta que prevê a punição a políticos condenados por corrupção e abuso de poder. Texto, de autoria do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), prevê a redução da inelegibilidade de oito anos para dois anos. Condenado em 2023, Bolsonaro, caso o PL seja aprovado, estaria apto a disputar as eleições gerais.
Medida é polêmica porque a lei da Ficha Limpa foi aprovada após forte pressão popular e a alteração iria beneficiar vários políticos condenados. Perguntado sobre o tema, Jayme se mostra contrário à redução na pena e frisa que legislação é resultado de uma grande luta e conquista da sociedade.
“Isso aí [punição da Lei da Ficha Limpa] não pode reduzir coisa alguma. Tem que continuar os oito anos. E eu sou a favorável que permaneça como está a lei. Nada de reduzir. Aí você vai estar beneficiando o malandro”, ressalta, frisando que não conhece a fundo o texto e quem será beneficiado. O senador afirma ainda que texto dificilmente será aprovado pelo Congresso.