48 casos de Chikungunya, foram registrados apenas em janeiro de 2025 em Primavera do Leste, o número é superior a quantidade registrada em todo o ano de 2024, quando em 12 meses, foram confirmados 39 casos da doença. O crescimento acelerado coloca a cidade em situação de alerta, tendo em vista que ainda, segundo os órgãos de saúde, ainda não se chegou ao período mais crítico, que é quando o período chuvoso se cessar.
“Neste momento, temos um cenário diferente dos outros anos, nós temos um cenário de prevalência de casos de Chikungunya. Que é tão grave quanto a dengue no período agudo, no entanto a dengue, tendo a ser autolimitada, com os sintomas mais agudos passando em torno de 14 dias, já a Chikungunya tem um período maior de recuperação podendo chegar a 90 dias”, explicou a coordenadora da vigilância Mônia Maia.
Uma outra característica da Chikungunya, está no fato de alguns pacientes estarem evoluindo para casos crônicos, onde precisam conviver com sequelas deixadas pela doença, que também é causada pelo Aedes Aegypti. O que acaba de certa forma sobrecarregando o sistema de saúde público.
“O que nos preocupa, em relação a Chikungunya, é que os sintomas podem perdurar para além dos 90 dias, deixando sequelas por resto da vida. Por isso estamos trabalhando o sistema para receber este paciente, na fase aguda (14 dias), pós-aguda (90 dias), que é um período em que o paciente fica realmente com a saúde comprometida”, expôs Mônia.
Um outro fator que coloca Primavera do Leste em estado de alerta, em relação a arbovirose, conforme dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência de Chikungunya é de 51,7 casos para cada 100 mil habitantes.
“O que nos preocupa muito, é que ainda não chegamos ao período crítico, pois ainda estamos no período chuvoso, e quando essa chuva cessar a tendência é que haja uma maior reprodução dos vetores”, disse a coordenadora.
O setor de epidemiologia, está atendo aos casos, e já convocou a sala de controle, para que todas as decisões necessárias sejam tomadas em conjunto.
“Essa sala tem objetivo reunir outros setores envolvidos no combate a arboviroses, de compartilhar a responsabilidade e a condição epidemiológica. Afim de preparar a rede para receber os pacientes de acordo com os cenários epidemiológico. Pois o setor (saúde) precisa estar organizados para isso”, finalizou Mônia.
Aa agentes de endemias, visitaram apenas em janeiro, 11.735 imóveis, eliminando 13.098 criadouros. Segundo o informa epidemiológico, os bairros que mais apresentaram concentração de criadouros do mosquito foram: Castelândia, Primavera III, Pe. O.Costa, Buritis Extensão, Jd Riva.
O que chama a atenção é que os maiores criadouros, segundo a Vigilância estão sendo encontrados em residências onde tem moradores.
MATO GROSSO É O ESTADO COM MAIS MORTES REGISTRADAS
A Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) já registrou 12 mortes por chikungunya desde o início do ano em Mato Grosso. Outros três casos seguem em investigação.
Até o último dia 13 foram confirmados 8.854 casos da doença no Estado, um aumento de 1.395% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve 592.
O último registro de morte causada por suspeita da arbovirose em Mato Grosso ocorreu 2019. Nos últimos cinco anos, ninguém havia morrido pela doença.
Só em Cuiabá foram registradas seis mortes, enquanto uma segue em investigação. Rondonópolis , Várzea Grande, Jaciara ,Chapada dos Guimarães, Cláudia, e Dom Aquino contabilizam um óbito cada.