Uma denúncia anônima encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPMT) apura irregularidades no processo de eleição da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), cuja data, local e seus eleitores ninguém ainda sabe.
De acordo com o documento que o jornal A Gazeta teve acesso, “a entidade, presidida por Aron Dresch (ex-presidente do Cuiabá Esporte Clube), estaria enviando o funcionário e ex-técnico Eduardo Henrique a várias cidades, a fim de obter o ‘voto antecipado’ dos presidentes de clubes e ligas filiadas à entidade”. Tais visitas, continua a denúncia, seriam acompanhadas de documento em branco onde esses dirigentes estariam afiançando, por meio de assinatura, apoio à chapa do atual mandatário.
Eduardo Henrique é contratado da FMF e trabalha como coordenador das competições de base da entidade, além de atuar como delegado em algumas partidas.
Tal prática remete à primeira eleição de Dresch, quando o então presidente do Luverdense, Helmute Lawisch, "comandou" a eleição que culminou com a derrota de João Carlos de Oliveira Santos - então vice-presidente e candidato natural à sucessão de Carlos Orione.
Com a espécie de "procuração", com a assinatura desses dirigentes, Dresch teria a maioria dos votos necessários para se perpetuar no cargo, passando para um mandato de 12 anos.
Há muitos anos, presidentes de ligas amadoras de pequenos municípios, "presenteados" pela FMF, com bolas e outros materiais, costumavam ter peso importante nas eleições, mesmo que não possuam em seus quadros, equipes que tenham participado de competições promovidas pela federação.
A denúncia questiona também o fato de a FMF ainda não ter publicado o edital de convocação para a Assembleia Geral para a eleição e nem citar local, data, e nem tampouco listar a relação daqueles que têm direito ao voto, o que causa estranheza e denota a falta de transparência no processo.
Nenhum dos clubes profissionais filiados que disputaram o Campeonato Mato-grossense desse ano tem acesso a essas informações segregadas pela FMF. Tal medida leva o torcedor a questionar: com qual interesse a FMF estaria escondendo o seu processo sucessório? Até agora essa "caixa preta" não foi aberta.