A palavra ansiedade vem do latim "anxietas", "anxius", "anguere" e significa angústia, ansiedade, perturbado, pouco à vontade, apertar, sufocar.
A vida de uma pessoa ansiosa não é fácil, o sofrimento é constante e realmente é muito difícil conviver com o medo do futuro, afinal, tudo é tão incerto. É assim que pensa e vive o ansioso, sob a perspectiva de “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de fora e não está sob meu controle é perigoso”. O sofrimento é intenso e constante porque estamos constantemente dependendo das pessoas, das situações e de variáveis que não dependem diretamente de nós mesmos.
Segundo pesquisas, 95% das enfermidades são psicossomáticas, ou seja, surgem a partir de desequilíbrios no nosso psiquismo e a cura desses problemas está no tratamento dessas perturbações emocionais. Quando se fala em “causas emocionais” algumas pessoas entendem que estão criando os próprios problemas, que são a causa de seus males ou são “fracas”. Não é bem assim, pois ninguém escolhe deliberadamente sofrer. Isso quer dizer tão somente que a causa não está no plano físico, mas sim no plano psicológico e que pode e deve ser tratado como qualquer outra enfermidade.
O tratamento com hipnoterapia tem se mostrado mais eficaz do que outros tratamentos, ou seja, com resultados consistentes e em um curto período de tempo. Em aproximadamente seis sessões, o paciente já consegue perceber mudanças significativas e duradouras no seu modo de pensar e consequentemente, no modo de agir.
Alfred A. Barrios, psicólogo americano, fez um estudo em 1970 (Hypnotherapy: a reappraisal) para descobrir a efetividade terapêutica de três modalidades de psicoterapia: Hipnoterapia, Psicanálise e Terapia Comportamental. Os resultados foram esses: Psicanálise: 38% de recuperação após 600 sessões, Terapia Comportamental: 72% de recuperação após 22 sessões e Hipnoterapia: 93% de recuperação após seis sessões. Além dele e de outras inúmeras pesquisas no exterior, instituições brasileiras de sólida reputação têm investido na pesquisa e divulgação do uso terapêutico da hipnose, como o Hospital das Clínicas da USP (Universidade do Estado de São Paulo) e a UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo).
A hipnoterapia praticada por psicólogos, ao contrário do que muitos pensam, não se limita a tratar os sintomas. Aliás, essa visão de que a hipnose é baseada na sugestão e que seus efeitos são temporários e superficiais não é verdadeira. A hipnose acessa as camadas mais profundas do cérebro permitindo o reprocessamento de todo conteúdo que dá origem à ansiedade patológica.
O relaxamento produzido pela hipnose modifica neurologicamente o cérebro, regulando a ativação da amígdala, tronco cerebral e sistema límbico (estruturas que identificam o perigo e nos deixam em estado de alerta) e promovendo a homeostase através da regulação parassimpática.
Já discutimos em posts anteriores que o cérebro da pessoa ansiosa funciona como se ela estivesse sempre em perigo, por isso o constante estado de alerta, apesar de uma parte racional saber que não há perigo real. O relaxamento produzido pela hipnose funciona como um anestésico que permite limpar e curar a “ferida emocional”. Quando a causa é encontrada e resolvida, os sentimentos ansiosos deixam de se manifestar e naturalmente a pessoa se equilibra e passa a viver uma vida feliz, saudável e com controle adequado da ansiedade.