Diante de uma situação de perigo, uma região do cérebro chamada hipotálamo faz uma varredura para avaliar a dimensão da ameaça à nossa volta. A pessoa ansiosa, normalmente, faz uma avaliação catastrófica da ameaça. O hipotálamo manda um recado para a amigdala, que por sua vez, estimula as glândulas suprarrenais a produzirem adrenalina. A adrenalina gera uma série de mudanças no corpo: provoca um aumento dos batimentos cardíacos, cujo objetivo é mandar um volume maior de sangue para os músculos das pernas; a respiração fica mais rápida e ofegante para fornecer mais suprimento de oxigênio; há um aumento da temperatura do corpo; surge a sudorese nas mãos e áreas úmidas do corpo para equilibrar essa temperatura do corpo; há um aumento da pressão arterial e entra em ação o Sistema Nervoso Periférico Simpático.
Constatado o perigo, entra em ação outro sistema chamado HPA (Hipotalâmico Pituitário Adrenal) para mobilizar o corpo para o enfrentamento. Esse sistema produzirá corticotrofinas estimulando a hipófise a produzir cortisol (hormônio do estresse) e estimulará a produção de acetilcolina e norepinefrina – hormônios ligados à rigidez da musculatura.
Neste ponto, surgem duas possibilidades: quando a situação ameaçadora é muito intensa e o indivíduo não tem recursos suficientes para o enfrentamento ou fuga, há um congelamento ou paralisia e o corpo ficará fixado neste estado de prontidão (você já deve ter se percebido assim em momentos de ansiedade e em situações que não representavam nenhum perigo – não conseguir dormir, por ex.). O cérebro se lembrará automaticamente desse estado toda vez que se deparar com uma situação que tenha alguma conexão com esta cena, mesmo que não represente nenhum tipo de ameaça. Para entender melhor, se você passou um vexame muito grande na apresentação de um trabalho na faculdade, provavelmente terá os mesmos sintomas se for solicitado a fazer um pequeno discurso diante de algumas pessoas na festa de aniversário de um amigo – que não tem nada de ameaçador, mas que o cérebro entende dessa forma.
Quando, porém, acontece o enfrentamento (luta ou fuga) entra em ação o Sistema Nervoso Periférico Parassimpático fazendo basicamente o oposto do Sistema Simpático: desacelerando os batimentos cardíacos, diminuindo a pressão arterial, provocando vasodilação, relaxando a musculatura e promovendo o equilíbrio inicial de todo o sistema.