Patricia Sanches e Jacques Gosch
Aex-deputada federal Rosa Neide, já lançada como candidata à presidência do PT em Mato Grosso, pode entrar na disputa pelo Senado em 2026. A informação foi confirmada pelo atual presidente do partido, deputado estadual Valdir Barranco, que deixará à direção partidária após oito anos.
Como serão duas vagas ao Senado, a perspectiva é que Rosa Neide forme chapa com o atual ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD), senador licenciado que pretende concorrer à reeleição. O pessedista também é cogitado para disputar o Governo do Estado, em composição de centro-esquerda, inclusive com apoio do presidente da República Lula (PT).
“Se nós temos o PSD com Fávaro, o PT ou outro partido aliado pode oferecer outro candidato. Rosa Neide é um bom nome para isso. Eu acho que, inclusive porque são votos distintos, quem vota no PT vai votar nela e com certeza, vai votar no Fávaro porque é fiel. E quem é de outros partidos pode vir para um ou para outro também”, avalia Barranco.
Nas eleições de 2022, Rosa Neide somou 124.641 na tentativa de se reeleger deputada federal, sendo a votação mais expressiva obtida no estado. No entanto, os seus companheiros de chapa não conseguiram ajudá-la a somar o quociente eleitoral mínimo de 216 mil votos para assegurar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Diante da situação, Barranco admite que o PT analisa os cenários antes de consolidar Rosa Neide ao Senado. Caso o partido e os aliados não consigam construir chapa proporcional com perspectiva de eleger pelo menos um deputado federal, a petista pode recuar e busca vaga na Câmara dos Deputados com objetivo de fortalecer o grupo.
“A análise é se nós conseguirmos construir uma chapa com nomes que virão para o PT na janela, ou durante esse período, quem não ocupa ainda mandato, que seja suficiente para eleger um federal, nós poderemos lançar a Rosa Neide ao Senado. Caso nós não tenhamos, não seja suficiente, ela pode ir à Câmara dos Deputados mesmo”, explicou. Segundo Barranco, a força política de Rosa Neide pode causar receio em outros possíveis candidatos. No entanto, com a correligionária na disputa pelo Senado, acredita que será mais fácil atrair novos quadros para o PT e aliados.
“É uma decisão muito da Rosa Neide, mas se há de concordar que quando você convida outras lideranças para vir, se você tem uma candidata como a Rosa Neide, que tem uma votação expressiva, eles já ficam receosos. E se você, na negociação, fala não, mas ela vai ao Senado, vocês passam a ter chances, muda também a capacidade da gente dialogar e negociar”, concluiu Barranco.