A Polícia Federal voltou a prender o doleiro Tharek Mourad Mourad, 44, apontado como o principal operador financeira da quadrilha liderada pelo narcotraficante Willian Barile Agati, 38, o Senna, concierge (gerente) do PCC (Primeiro Comando da Capital) no envio de cocaína para a Europa.
Chamado de Primo por integrantes do PCC, Mourad havia sido preso com outras 10 pessoas pela PF em 10 de dezembro de 2024, no âmbito da Operação Mafiusi, deflagrada para desarticular um esquema criminoso que movimentou R$ 2 bilhões com o tráfico internacional de drogas.
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Mourad ficou poucos dias atrás das grades e foi solto graças a um habeas corpus concedido pela Justiça Federal. Mas, segundo investigações da PF, ele continuou cometendo o crime e acabou preso novamente na última sexta-feira (28) em São Paulo.
ambém foi preso preventivamente, no Guarujá, Baixada Santista, Marlon da Conceição Santos, 40, comparsa de Mourad e de Agati. As prisões foram determinadas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, após representação da PF e recurso do MPF (Ministério Público Federal).
Agentes federais sustentam "que há novos elementos de prova que indicaram a continuidade das atividades criminosas exercidas por Mourad e Marlon e que diante das novas análises realizadas no curso das investigações ficou demonstrada a necessidade da custódia cautelar de ambos."
As investigações apontaram que Mourad é sócio de Agati em diversas empresas e que há indícios de que ele participava ativamente de transações financeiras envolvendo lavagem de dinheiro por parte da organização criminosa liderada pelo "concierge" do PCC.
De acordo com a PF, em três anos Mourad movimentou R$ 7.023.794,74 em suas contas. Foram R$ 4.847.612,58 em 2020; R$ 1.665.311,14 em 2021, e R$ 510.871,02 em 2022. Agati- diz a Polícia Federal - foi um dos principais remetentes de dinheiro para o doleiro.
Em 2008, Mourad já havia sido denunciado pelo MPF durante a Operação Downtown, com outros comparsas, sob a acusação de atuar ilegalmente no mercado de câmbio, sem autorização do Banco Central. Ele chegou a ficar preso preventivamente.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Mourad e de Marlon. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento dos defensores deles.
Elo com mafiosos
Acusado de ligação com a máfia italiana 'Ndrangheta, Willian Barile Agati está preso na Penitenciária Federal de Brasília, onde também está recolhido Marco Willians herbas Camacho, 57, o Marcola, apontado pela Polícia Federal como o líder máximo do PCC.
Eduardo Maurício, advogado de Agati, disse por meio de nota que seu cliente é inocente, não praticou nenhum crime (seja ele qual for) e que tudo ficará provado na instrução processual, "já que Agati é um empresário idôneo em diversos ramos nacionais e internacionais sem nunca ter respondido nenhum processo na Justiça e não tem conexão com o PCC ou com a máfia italiana.
O advogado acrescentou que "a defesa busca que Agati responda ao processo em liberdade e aguarda julgamento de Habeas Corpus perante o Superior Tribunal de Justiça, já que a prisão do cliente é ilegal e abusiva".
Segundo Eduardo Maurício, a transferência de Willian Agati para uma penitenciária federal fere os Direitos Humanos e também os princípios e garantias constitucionais.