Por Gabriel Reis, g1 Triângulo e Alto Paranaíba — Uberlândia
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Poliana Alves foi vítima de stalking entre 2021 e 2024 em João Pinheiro — Foto: Reprodução/Redes Sociais
"Eu até pensava que estava me preocupando com algo bobo, mas começou a me afetar, me tornei muito ansiosa, não conseguia mais trabalhar nem comer". Esse é o relato da influenciadora digital Poliana Alves, de 30 anos, que sofreu por quase quatro anos com as perseguições de outra influenciadora de João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais.
O caso foi investigado pela Polícia Civil e a stalker, de 25 anos, foi indiciada pelos crimes de falsa identidade, perseguição (stalking) e corrupção de testemunha. O inquérito foi concluído na sexta-feira (14). O nome da indiciada não foi informado pela polícia.
Segundo a Polícia Civil, a investigação criminal revelou que os crimes ocorreram entre 2021 e 2024. Na época, a suspeita usou perfis falsos em redes sociais para perseguir sistematicamente Poliana, com mensagens críticas e assediadoras.
A vítima afirmou que não sabe o motivo da perseguição.
"Tudo começou com comentários que diziam para eu melhorar o meu conteúdo. De início eu ignorava, levava como críticas construtivas, mas tudo foi evoluindo. Se eu repetia uma roupa, o perfil ia lá e comentava de maneira negativa, se eu postasse uma maquiagem, outro comentava algo sobre minha aparência.
Os ataques eram muito sutis, eu até pensava que estava me preocupando com algo bobo, mas começou a me afetar, me tornei muito ansiosa, não conseguia mais trabalhar nem comer", disse Poliana.
Com o tempo, as mensagens se tornaram mais agressivas, incluindo críticas sobre falta de criatividade, sugestões sobre como conseguir mais seguidores e comentários depreciativos sobre a aparência da influenciadora.
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Poliana e a namorada foram vítimas de ataques da stalker, que mentiu sobre suposta traição — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Segundo a vítima, a perseguição também afetou diretamente a vida pessoal e o relacionamento com a namorada com mensagens sobre falsas traições.
"Uma vez ela criou um perfil fake e enviou uma mensagem dizendo que eu estava traindo ela. Foi uma situação muito complicada, porque só depois de colocarmos a cabeça no lugar pensamos na possibilidade de ser um fake."
Em outra situação, Poliana relatou que foi convidada para uma sessão de fotos e a stalker, mais uma vez, se escondeu em um perfil falso para enviar mensagens para o fotógrafo. Nas mensagens ela atacou a modelo dizendo que não era capacitada para o trabalho.
Investigação criminal
Durante a investigação, a Polícia Civil reuniu provas, incluindo capturas de tela com as mensagens e comentários difamatórios enviados pela investigada, além de depoimentos de testemunhas e análise de áudios.
Foi identificado que a indiciada tentou corromper uma testemunha, oferecendo orientação para mentir em depoimento e prometendo assistência jurídica. O fato resultou no indiciamento por corrupção de testemunha, que pode resultar em até quatro anos de prisão.
"Deixamos claro que a internet não é um território sem lei, e aqueles que praticam crimes no ambiente virtual serão rigorosamente investigados e responsabilizados", afirmou o delegado Daniel Pedro.
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Mesmo após a conclusão das investigações, Poliana diz não entender porque se tornou alvo da stalker — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Mesmo após o fim da investigação, Poliana disse que não entendeu por que se tornou alvo da stalker, que ela considera uma mulher linda e de sucesso.
"Ela é muito bonita, tem boas condições e uma família que a apoia. Ela tem muitas oportunidades de trabalho. Não sei se ela ficou brava por eu ter começado e já ter conseguido me consolidar. As pessoas dizem que pode ser inveja, mas eu não acredito", desabafou a influenciadora.
Poliana ainda lembra que a stalker também já sofreu ataques na internet e que, talvez, esteja apenas propagando aquilo que alguém já fez com ela. "Ela fala muito sobre sororidade nas redes sociais, mas entendi que, na prática, é diferente", acrescentou.
"Digo a todos os meus seguidores que agora estou em paz. Todos temos problemas, mas, independente do tamanho, aconselho que procurem ajuda e não deixem que as coisas cheguem nesse ponto. Desde o início eu não tinha a intenção de prejudicar a outra parte, mas se tornou uma situação insustentável em que ela mesmo não quis resolver na conversa", finalizou
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