Diário de Cuiabá
Relatório da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Judiciária Civil revela mais detalhes sobre o comportamento de um dos principais líderes de facção criminosa do Brasil, o bandido Sandro Louco.
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Preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, Sandro da Silva Rabelo, chefe da facção Comando Vermelho, usava familiares, amigos e advogados para tomar decisões, delegar crimes e exercer poder sobre alguns serores da sociedade.
Essas informações, que constam em um relatório elaborado em dezembro de 2024, foram usadas como justificativa para a transferência do detento para o Raio 8, ala de segurança máxima da PCE, também chamada de "solitária".
Além da sua interferência fora da cadeia, Sandro Louco detinha (ou detém) muito poder do lado de dentro da prisão.
Um dos fundadores do Comando Vermelho, o bandido foi identificado também como o mais poderoso membro da organização criminosa no Estado.
Nas investigações, a Polícia Civil descobriu que Sandro Louco havia determinado uma rebelião na PCE contra as ações da Operação Tolerância Zero, que têm endurecido os procedimentos nos presídios de todo o Estado de Mato Grosso.
Outra descoberta é que ele tinha sete celulares em sua cela e mantinha contato com a sua esposa, Thaisa Souza de Almeida Silva Rabelo.
Sandro Louco comprou uma arma de fogo, que deveria ser entregue à mãe dele, para que ela pudesse se defender de assaltos.
Ele também contratou um hacker para inserir dados falsos no sistema judiciário, incluindo um alvará de soltura em favor dele.
Consta ainda no retatório que Sandro Louco tinha total controle do mercadinho da PCE e que a gestão, feita por outros faccionados, lhe proporcionava um lucro de cerca de R$ 75 mil por mês.
Essa informação foi confirmada pelo próprio Sandro Louco, durante um interrogatório.
FOLHA CORRIDA - Sandro Louco cumpre pena de 193 anos, sete meses e 10 dias de prisão, em decorrência de 17 condenações por crimes de roubo majorado, homicídio qualificado, latrocínio e associação criminosa.
Em 2000, foi preso por roubo a banco em Várzea Grande e protagonizou sua primeira fuga da Penitenciária Central do Estado - à época, Presídio do Pascoal Ramos -, de onde saiu pela porta da frente, levando arma de policiais.
Sandro da Silva Rabelo tem condenações que ultrapassam 200 anos de reclusão pelos crimes de falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro, cárcere privado e posse ou porte de arma de fogo.