Kethlyn Moraes
RD NEWS
Diante do cenário de incertezas climáticas, os produtores do Vale do Araguaia, uma das regiões mais afetadas pelos atrasos no plantio e na colheita, têm reduzido a área de milho e aumentado o cultivo de gergelim, que apresenta menor risco. Além disso, uma alternativa sendo reconsiderada para susbstituir o milho é o sorgo, planta da mesma família.
“Não é à toa que no ano retrasado nós plantamos quase 7,5 milhões de hectares de milho. No último ano, foi 6,7 a 6,8 milhões, e este ano deve ficar entre 6,8 e 7 milhões”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber.
Outro fator que pode alterar a dinâmica do plantio é a perda de eficácia das biotecnologias de resistência às lagartas no milho. Isso tem levado alguns produtores a reconsiderarem o cultivo do sorgo, uma alternativa viável em áreas de maior risco.
"O sorgo tinha deixado de ficar atrativo economicamente, porque você tinha que fazer aplicações em inseticida, enquanto no milho não. Agora com essa quebra de resistência, o sorgo também volta a ganhar espaço nas áreas de maior risco, já que ele é uma planta que tolera", esclarece.
Essa é uma gramínea da família do milho e muito produzida em todo o mundo. É uma planta resistente à seca e ao calor e pode ser cultivada em diversos ambientes.
"Ela tem praticamente os mesmos valores energéticos do milho para se adicionar na ração, seja de produção de carne de frango, de boi confinado, de porco, de ovo, de leite. É uma cultura que praticamente estava sendo deixada de plantar e tem voltado, principalmente no final do plantio, que é época de risco, porque o sorgo é uma planta de alta tolerância à seca, assim como o gergelim, se comparados ao milho", concluiu.