As condições climáticas observadas no Rio Grande do Sul nas últimas semanas começaram a impactar o desenvolvimento do feijão da segunda safra no Estado. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (10), cerca de 10% da área cultivada já foi colhida, mas o avanço das lavouras enfrenta entraves causados pela combinação entre baixas temperaturas e excesso de umidade.
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“A elevada umidade do solo tem favorecido o crescimento das plantas, mas o frio, especialmente em fases reprodutivas, pode prejudicar a formação de vagens e reduzir o potencial produtivo”, alertou a Emater. A estimativa é de que a área cultivada com a cultura atinja 11.913 hectares, com produtividade média projetada de 1.527 quilos por hectare.
Além do risco térmico, técnicos da Emater destacam o aumento da incidência de doenças fúngicas, em especial a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum. A patologia se manifesta com mais frequência em ambientes com alta umidade e temperaturas amenas, como as registradas neste início de abril.
Na região de Frederico Westphalen, as lavouras apresentam diferentes estágios de desenvolvimento. A maior parte encontra-se entre as fases de floração e enchimento de grãos. “As temperaturas mínimas, em torno de 9 °C, estão abaixo da faixa ideal e podem afetar a fisiologia da planta, com reflexos no rendimento”, afirmou o informativo técnico.
Já na região de Ijuí, o panorama é mais estável. Segundo a Emater, “mais da metade das áreas cultivadas está em fase de enchimento de grãos, com bom desenvolvimento até o momento.” A colheita ainda é incipiente, com apenas 2% das lavouras colhidas.
Em Soledade, as condições climáticas seguem limitando o avanço fisiológico das lavouras. Técnicos locais indicam que as chuvas recentes, somadas à queda nas temperaturas, têm retardado o ciclo produtivo. “O florescimento e o enchimento de grãos avançam, mas com lentidão, o que pode comprometer o cronograma de colheita”, relatou a regional.