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Notícias do Agro Quarta-feira, 26 de Março de 2025, 14:44 - A | A

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Suinocultura

Consumo de carne suína sobe quase 35% em uma década e lidera avanço entre as proteínas no Brasil

Em 2015, o consumo per capita era de 14,47 kg por habitante ao ano

Redação com informações da ABCS | Agrofy News

Nos últimos dez anos, a carne suína foi a proteína animal que mais ganhou espaço na mesa do brasileiro.Em 2015, o consumo per capita era de 14,47 kg por habitante ao ano. Em 2024, esse número saltou para 19,52 kg, um avanço de 5,05 kg por pessoa — crescimento de aproximadamente 35%.

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No mesmo período, o consumo de carne bovina caiu de cerca de 36 kg para 25,6 kg por habitante, uma retração de quase 29%. Já a carne de frango, embora mantenha a liderança no consumo nacional, teve crescimento mais modesto: passou de 41,5 kg para 45,5 kg per capita, alta de 10%.

Os dados são da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base na disponibilidade interna ajustada à estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Vale lembrar que os dados de carne suína e de frango já foram consolidados por suas respectivas entidades setoriais, enquanto o consumo de carne bovina é uma estimativa com base nos números finais de produção e exportação divulgados pela Conab.Evolução do consumo per capita (2015 x 2024):Carne suína

2015: 14,47 kg/habitante/ano

2024: 19,52 kg/habitante/ano

Crescimento de 5,05 kg por pessoa em 10 anos

Alta de aproximadamente 35%

A proteína que mais ganhou espaço na dieta do brasileiro na última década

 Carne bovina

2015: cerca de 36,0 kg/habitante/ano

2024: 25,6 kg/habitante/ano

Queda de 10,4 kg por pessoa em 10 anos

Redução de aproximadamente 29%

Perdeu espaço no consumo interno, pressionada por preços e exportações

Carne de frango

2015: 41,5 kg/habitante/ano

2024: 45,5 kg/habitante/ano

Crescimento de 4 kg por pessoa em 10 anos

Alta de cerca de 10%

Segue como a proteína mais consumida no Brasil

Carne suína: produção estável e crescimento de consumoSaiba maisPeru habilita nove frigoríficos brasileiros para exportação de carne suína e aves.

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), com base em dados do IBGE, a produção de carne suína em 2024 foi semelhante à de 2023.A leve alta foi suficiente para sustentar o aumento do consumo per capita, que chegou a 19,52 kg por habitante ao ano. O número confirma a carne suína como a proteína de maior avanço na dieta nacional nos últimos anos.Em volume total, o Brasil abateu 57,86 milhões de suínos em 2024, um crescimento de 1,2% em relação a 2023. O número representa um novo recorde anual, com aumento de 684 mil cabeças e incremento de 31,5 mil toneladas de carcaças, o que corresponde a uma alta de 0,6%.

O crescimento foi registrado em 14 das 25 unidades da federação, com Santa Catarina na liderança nacional (29,1% do total), seguida por Paraná (21,5%) e Rio Grande do Sul (17,1%).Apesar da leve alta nacional, Santa Catarina (-0,18%) e Paraná (-1,76%) registraram retrações no volume de carcaças abatidas. Em contrapartida, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Ceará apresentaram aumento superior a 2%, indicando avanço em estados fora do eixo tradicional da produção. Disponibilidade interna cai pela primeira vez em uma décadaSegundo a ABCS, ao subtrair as exportações do volume total de carne suína in natura produzida em 2024, observa-se uma queda na disponibilidade interna — ou seja, no consumo doméstico. Essa é a primeira retração em dez anos, após altas expressivas em 2021 e 2022 e um leve crescimento em 2023.

Exportações crescem em 2025, mas mercado interno segue pressionadoO ano de 2025 começou com ritmo acelerado nas exportações. No acumulado de janeiro e fevereiro, o Brasil embarcou quase 20 mil toneladas a mais de carne suína in natura em comparação com o mesmo período de 2024 — alta de 12,4%, segundo a ABCS. O valor das exportações também cresceu em dólares.

A China segue como principal destino, apesar de ter reduzido suas compras em 22,6% no primeiro bimestre de 2025. Em contrapartida, países como Filipinas (+73,1%), Japão (+21,6%), Hong Kong (+12,7%) e México ampliaram significativamente suas aquisições. Já o Chile recuou 17,6% e perdeu espaço entre os maiores compradores.

A leitura do setor é clara: as exportações estão se diversificando, com crescimento relevante em mercados alternativos à China.Cenário doméstico: custos em alta e preços em quedaApesar do bom desempenho no mercado externo, o cenário interno preocupa. Segundo a ABCS, os preços do suíno — tanto vivo quanto carcaça — voltaram a recuar em março, após alta registrada em fevereiro.

Na Bolsa de Suínos de Belo Horizonte, referência para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, os preços subiram nas três primeiras semanas de fevereiro, mas começaram a cair no dia 27, véspera do Carnaval.

A queda se manteve nas semanas seguintes, com o valor atingindo R$ 8,00 em 20 de março, mesmo patamar registrado em janeiro. Alta da Selic e do milho agravam incertezasPara o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o primeiro semestre de 2025 será de cautela. “Além da oscilação das cotações do suíno, com recuo significativo em março, a taxa Selic ultrapassando 14% ao ano deixa o crédito cada vez mais restrito, tanto para a expansão do consumo da população quanto para novos investimentos na produção", afirma.

Ele também destaca a alta nos custos."A alta no custo de produção, puxada principalmente pelo milho — cuja colheita da segunda safra ainda está distante — restringe ainda mais as margens da atividade. As retaliações entre EUA e China no comércio de commodities agropecuárias podem abrir espaço para ampliarmos as exportações de carnes para o gigante asiático. Porém, esse mesmo cenário pode elevar a demanda por grãos brasileiros, pressionando ainda mais os custos internos", conclui.

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