Terça-feira, 15 de Abril de 2025
icon-weather   
DÓLAR R$ 5,86 | EURO R$ 6,64

15 de Abril de2025


Área Restrita

DESTAQUES Quinta-feira, 10 de Abril de 2025, 09:25 - A | A

Quinta-feira, 10 de Abril de 2025, 09h:25 - A | A

EUA x China

Em novo recado a Trump, China diz que não vai recuar: 'EUA estão se colocando contra o resto do mundo'

Pequim ainda não disse se fará um novo aumento nas tarifas aplicadas aos EUA. Mas Embaixada chinesa em Washington diz que país asiático não recuará, e ministro do Comércio afirmou que "lutará até o fim".

 
 

Após indicar que estava aberto ao diálogo, o governo chinês afirmou nesta quinta-feira (10) que não recuará na guerra tarifária com os Estados Unidos e disse que os EUA estão "se colocando contra o resto do mundo".

A Embaixada da China em Washington afirmou que "não recuaremos" e disse que o governo de Xi Jinping não tem medo de provocações.

O ministro do Comércio chinês também afirmou que "lutaremos até o fim", acusou os EUA de sabotarem as regras do comércio internacional e disse que o governo de Trump só está conseguindo ganhar inimigos no mundo.

"Ao usar tarifas como arma para exercer a máxima pressão em benefício próprio, os EUA estão se colocando contra o resto do mundo", afirmou o ministro. 

"Embora a China permaneça aberta a conversas, qualquer negociação deve ser baseada no respeito mútuo e conduzida em pé de igualdade. Se os EUA estiverem determinados a travar uma guerra comercial, a China lutará até o fim", disse, em comunicado. "Pressão, ameaças e chantagem não são a maneira certa de lidar com a China. Não permitiremos, de forma alguma, que alguém tire os direitos e interesses legítimos do povo chinês, ou que alguém sabote as regras do comércio internacional e o sistema multilateral de comércio" 

Xi é meu amigo, diz Trump

 

Trump eleva tarifa contra a China para 125% e suspende temporariamente taxas a outros países

Na noite de quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se disse confiante em chegar a um acordo com Pequim e elogiou o presidente chinês, Xi Jinping. 

"Ele é meu amigo, o presidente Xi (Jinping). Eu gosto dele, eu o respeito, (...) é um cara inteligente que ama seu país, isso é um fato, eu o conheço muito bem", disse Trump durante uma sessão de perguntas e respostas com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca na noite de quarta-feira (9). 

Na conversa, o presidente norte-americano afirmou ainda estar esperançoso de que chegará a um acordo com o líder chinês para estancar a guerra tarifária. "Eu acho que ele vai querer chegar a um acordo, acho que isso acontecerá".

Até a última atualiação desta reportagem, Xi Jinping ainda não havia se pronunciado sobre a guerra tarifária que vem travando contra Trump na última semana.

Em uma guerra tarifária sem precedentes, EUA e China vêm aplicando aumentos mútuos de tarifas desde que Trump anunciou seu "tarifaço" — um pacote de tarifas extras a dezenas de países no mundo inteiro —, que incluia aumento de 34% nas taxas aplicadas a produtos chineses que entram nos EUA.

Pequim retaliou, aumentando as tarifas a produtos norte-americanos também em mais 34%. Os EUA se irritaram e passaram as taxas de produtos chineses para 84%. Pequim então comprou a briga e anunciou tarifas de 84% aos produtos dos EUA. 

O último aumento ocorreu na tarde de quarta-feira (9), quando o governo norte-americano anunciou que produtos chineses passariam a ser taxados em 125%. 

'Vamos passar a perna neles'

 

 Trump volta a taxar produtos chineses e pausa cobrança de outros países

O tom de Trump na noite de quarta-feira foi bem mais ameno que o do dia anterior, quando ele acusou Pequim de "sempre ter passado a perna" nos cidadãos norte-americanos e afirmou que, agora, fará o mesmo. 

"Eles sempre nos passaram a perna a torto e a direito. Vamos agora passar a perna neles", disse Trump durante um jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso, na noite de terça-feira (8) 

A declaração se refere ao aumento da tarifa aplicada pelos EUA a produtos chineses. Mais cedo, também na terça, Washington anunciou que a taxa aos produtos da China passarão a 104%, após Pequim retaliar o "tarifaço" de Trump na semana passada com taxas maiores a produtos norte-americanos.

Nesta quarta-feira, o governo chinês criticou a fala do presidente dos EUA e o acusou de "bullying" e "atos intimidatórios". 

"Os EUA continuam a abusar das tarifas sobre a China. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tais atos hegemônicos e de bullying", disse o ministro das Relações Exteriores chinês. 

"Se os EUA realmente desejam abordar as questões por meio do diálogo e da negociação, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo. Se os EUA estiverem determinados a travar uma guerra tarifária e comercial, a China continuará a responder até o fim".

'Puxando o saco' 

Também no jantar de terça-feira, o presidente Donald Trump afirmou que líderes mundiais estão "puxando seu saco" para conseguir negociar as tarifas recíprocas. 

"Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. 'Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo'", disse. 
  • ???? Em inglês, Trump usou a expressão "kissing my ass", que significa "bajular" e também pode ser traduzida como "puxando o saco". A tradução literal da expressão é "beijando o meu traseiro". 

Esse novo capítulo do "tarifaço global" dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. As tarifas variam entre 10% e 50%.

As taxas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta (9). No último sábado (5), as tarifas gerais entraram em vigor.

Trump também acusou a China de manipular "a moeda para compensar tarifas". 

“Tem que dar o braço a torcer. Eles estão manipulando a moeda hoje como uma forma de compensar as tarifas”, disse Trump no evento. 

Tarifaço afeta, principalmente, a China

 

 
Como a tarifa para a China chegou a 104%: 

Trump disse acreditar que a China queira negociar um acordo, mas mesmo assim decidiu manter a retaliação.

O Ministério do Comércio chinês ainda reiterou a promessa da terça de continuar revidando até o fim. "A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim", disse um porta-voz. 

"A China não deseja travar uma guerra comercial, mas o governo chinês jamais ficará de braços cruzados vendo os direitos e interesses legítimos do povo serem prejudicados e violados".

 

 

Tarifas movimentam mercado financeiro 

Há dias, o mercado financeiro sofre com a incerteza causada pelo tarifaço.

Nesta quarta, a maioria das bolsas asiáticas fecharam em queda, com exceção da China. Na Europa, o dia também é de baixa generalizada entre as bolsas.

 
 

No início da semana, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, com o S&P 500 batendo abaixo de 5.000 pela primeira vez em quase um ano.

Os índices de ações dos EUA viram sua capitalização encolher mais US$ 852 bilhões nesta terça. A perda acumulada já alcança US$ 10,8 trilhões desde 20 de janeiro, dia em que o presidente Donald Trump assumiu a Casa Branca, segundo dados compilados pela consultoria Elos Ayta.

O tombo é puxado pelas sete gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla.

Juntas, as companhias perderam US$ 320 bilhões só nesta segunda. Desde janeiro, o grupo viu seu valor de mercado encolher US$ 4,55 trilhões.

No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda novamente, aos 123.932 pontos. Já o dólar chegou a bater os R$ 6, mas encerrou a R$ 5,9973.

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]