26 de Abril de2024


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NOTÍCIAS DE CAMPO VERDE Terça-feira, 21 de Julho de 2020, 19:07 - A | A

Terça-feira, 21 de Julho de 2020, 19h:07 - A | A

DIREITO DO CONSUMIDOR

Consumidores de Campo Verde questionam os preços do gás na cidade

Preço cobrado em Primavera do Leste é bem menor do que o praticado na cidade

Wellington Camuci

Preço do gás de cozinha (GLP botijão de 13kg) em Primavera do Leste baixou cerca de 35% nos últimos dias, custando em média R$ 65. A queda agradou a população primaverense, porém, os municípios vizinhos acionaram o Procon de Mato Grosso para verificar o por quê dos preços nas cidades também não baixaram.

 Em Paranatinga, o vereador Cori encaminhou um ofício para a deputada estadual Janaina Riva pedindo apoio para interceder junto ao Procon para que o preço do produto também tenha redução na cidade, já que lá o valor do botijão varia entre R$ 110 e R$ 120, ou seja, quase o dobro do que hoje é encontrado em Primavera.

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De acordo com o Procon de Paranatinga, em reportagem veiculada no site Paranatinga News, em 2019, mediante reclamações e denúncias por parte da população, as revendedoras foram notificadas e documentos foram solicitados para averiguação. De posse dos documentos, o Procon Estadual foi acionado para que fiscais pudessem visitar as revendedoras, o que aconteceu em março deste ano.

Um levantamento de preços foi realizado pelo Procon de Primavera do Leste, atendendo pedido do Procon Estadual, na cidade o valor do botijão de 13 quilos varia entre R$ 60 e R$ 80. De acordo com o site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, no estado de Mato Grosso a variação nas distribuidoras é entre R$ 59,64 e R$ 77,50.

Ainda de acordo com a ANP, o valor do botijão nas distribuidoras em Rondonópolis está em R$ 74, valor acima do comercializado em Primavera do Leste, já a média de preço para o consumidor é de R$ 98,21. No estado a menor média de preços encontrada em julho foi em Cáceres no valor de R$ 83,19. A lista traz ainda Alto Floresta (R$ 92,83), Várzea Grande (R$ 95,23), Cuiabá (R$ 95,62), Sorriso (R$ 99,06) e Sinop (R$ 101,08).

Essa discrepância levantou a suspeita nos municípios vizinhos e isso fez com que Paranatinga acionasse o Procon para verificar o por que lá não é possível que o valor do gás seja equiparado ao de Primavera.

Em contato com o Procon de Primavera, a gestora da unidade Aline Crema Fossari, informou que um procedimento foi aberto em Cuiabá pelo Procon Estadual para verificação de compra e venda do gás na cidade. Ela disse ainda que o Ministério Público em Paranatinga acionou o Procon do estado para que fosse verificado essa discrepância nos preços e um levantamento na cidade foi realizado.

Nesta semana, 16 empresas no ramo de revenda de gás em Primavera do Leste foram notificadas pelo Procon Estadual para esclarecer a procedência e o valor do gás, tanto na compra quanto na venda, outras duas empresas também foram citadas no processo, porém, elas não estão mais ativas.

Aline Fossari esclarece ainda que “trata-se de procedimento aberto pelo Procon Estadual, onde nós (Procon Primavera) apenas fizemos as notificações das revendas, 18 no total. O Procon municipal de Primavera abriu procedimento semelhante em 2018 onde notificamos as revendas locais seguindo a lista de cadastro da ANP solicitando NF de compra e venda, concluído o procedimento enviamos ao MP e ao CADE, que não verificou irregularidade”.

As empresas foram notificadas a, no prazo de cinco dias, encaminharem documentos que comprovem a procedência e os valores pagos nas distribuidoras e na revenda ao consumidor. Um dos motivos da investigação é a possível formação de cartel o que prejudica o livre comércio de produtos bem como a concorrência.

Se hoje é possível a venda do botijão de gás à R$ 59, R$ 69, porque o valor não pode ser mantido, já que a poucos meses o produto era encontrado por R$ 100 em média? Esta é a pergunta que fica. A equipe de reportagem do jornal O Diário tentou contato com algumas revendedoras para saber os motivos da queda nos preços nos últimos meses, mas não obteve êxito.

“O Procon orienta aos consumidores atenção antes de adquirir o gás de cozinha. É preciso identificar se o revendedor é autorizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os botijões precisam estar em boas condições com lacre, rótulo de segurança com instruções de uso, nome da empresa fornecedora em alto relevo, assim como mês e ano de fabricação legível. Não aceitem botijões amassados, danificados ou enferrujados”, alerta a Chefe de seção do Procon de Primavera, Aline Crema Fossari.

Para reclamações ou dúvidas, o Procon de Primavera do Leste está atendendo pelos seguintes canais (66) 3497-2036 e [email protected].

 

Consumidores de campo verde questionam os preços do gás na cidade

A queda nos preços do gás na cidade foi bem vista aos olhos dos consumidores locais, mas não para os moradores de Campo Verde e Paranatinga, municípios vizinhos que, teoricamente, acompanhariam a queda no preço.

Nos últimos meses, os consumidores de Campo Verde ficaram indignados com o preço médio do botijão na cidade, principalmente em relação ao município vizinho. Enquanto na cidade de Campo Verde os preços ficam entre R$ 93,00 e 115,00 na cidade ao lado a média fica entre R$ 60,00 e R$ 80,00, diferença que causa revolta em quem tem que desembolsar em média R$ 30,00 a mais em cada botijão.

Diante de tantas reclamações, a reportagem então foi em busca das revendas e distribuidores de gás de Campo Verde, para saber o motivo de tanta disparidade, apesar de visitarmos muitos estabelecimentos, nenhum aceitou conceder entrevista, apenas concordaram em nos passar informações sem ter os nomes citados.  

Segundo eles, o que acontece em Primavera do Leste é que existe uma briga entre as revendas de gás, uma espécie de rixa, que faz com que mesmo sem ter nenhum lucro, ou as vezes, até mesmo prejuízos, um tenta ganhar o cliente do outro, desta maneira, causando um efeito dominó em todo setor, que somente beneficia o consumidor final.

Ainda segundo as fontes consultadas, a margem de lucro em Campo Verde varia entre 25% e 32%, dependendo da forma de pagamento, eles consideram que o valor cobrado na cidade é compatível com a realidade, inclusive de outros municípios da região e veem Primavera do Leste como uma exceção, que inclusive faz mal à saúde financeira do negócio.

Eles exemplificaram que não existe na cidade nenhuma cobrança abusiva de preços, que inclusive passaram por fiscalização recente do Procon, que não identificou irregularidades, somente uma margem de lucro que, na maioria das vezes é menor que em outros ramos do comércio.

Os revendedores procurados ainda disseram que apesar de terem tidos aumentos nos últimos dias, devido à alta do petróleo, esse aumento não foi repassado ao consumidor final.

Ainda sobre a situação que acontece em Primavera do Leste, eles comentaram que tem medo que a moda se estenda a Campo Verde, pois isso derrubaria o mercado, causando a demissão de funcionários e até mesmo o fechamento de algumas revendas da cidade. Justificaram que não existe a formação de cartel na cidade, mas que trabalham de certa maneira integrados, mantendo uma margem considerada normal, para que possam continuar tocando seus negócios.

Eles ainda explicaram a nossa reportagem que como a maioria das empresas, que praticam preços mais baixos em Primavera do Leste, também atuam em outras cidades, eles conseguem manter o equilíbrio financeiro, mesmo se sacrificando na cidade vizinha, pois os outros municípios, como exemplo Campo Verde, ainda mantém o lucro em padrões aceitáveis, mas se por acaso outros mercados consumidores entrarem em guerra comercial, pode ser que elas não aguentem.

Ou seja, para Campo Verde, é claro que existe sim uma situação especial e peculiar em Primavera do Leste, que está sendo evitada ao máximo, inclusive com a união das distribuidoras para que não se espalhe para outras cidades, beneficiando a concorrência e a queda de preços para o consumidor final.

 

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