
O mundo enfrenta hoje mais uma corrida, já teve a corrida espacial, corrida nuclear e agora e a corrida da vacina contra a Covid-19. O governo do estado de Mato Grosso, disse que sinalizou o interesse em comprar a CoronaVac, porém, não existe data para concretização.
Enquanto não existe certezas de quando será iniciada a vacinação, o governo do estado se prepara estocando insumos. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), o estado possui 3,4 milhões de seringas para vacinação e já está licitando a compra de mais 11 milhões.
A precaução é para evitar que o estado sofra com a falta de insumos como aconteceu em um momento crítico da pandemia, quando faltou medicamentos nas UTIs e insumos básicos como luvas e máscaras, e até equipamentos essenciais para tratamento de pacientes graves da doença faltou, como é o caso de respiradores.
Com várias pessoas sendo vacinadas pelo mundo como Estados Unidos, Inglaterra e Israel, a questão é quando a vacinação será iniciada no Brasil. De acordo com a secretária adjunta estadual de Saúde Danielle Carmona, tudo depende do Ministério da Saúde.
Em audiência pública realizada no dia 07 na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, a secretária afirmou que o estado está preparado para a vacinação, inclusive com seringas e agulhas, mas não negociou compra direta das doses, e vai aguardar a liberação pelo Ministério da Saúde.
Por meio de nota encaminhada pela Assessoria de imprensa ao jornal O Diário, o governo do estado diz que aguarda a liberação pela Anvisa para tratar da compra. “O Governo de Mato Grosso já formalizou a intenção de adquirir a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa Sinovac. Contudo, qualquer aquisição de imunizante depende dos trâmites de validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária”.
Ainda de acordo com a nota, mesmo com a intenção de compra da vacina, o estado aguarda o cronograma do Ministério da Saúde para concluir um plano de vacinação. “O plano está em construção, mas depende da certificação de uma vacina por parte da Anvisa e do cronograma oficial do Ministério da Saúde”, diz parte da nota.

MINISTÉRIO DA SAÚDE ASSINA CONTRATO COM O BUTANTAN
Depois de muitas idas e vinda do Ministério da Saúde e Governo Federal em relação a compra de vacinas contra a Covid-19, na semana passada, o ministro da Saúde General Eduardo Pazuello, assinou um contrato para a aquisição de doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com a Instituto Butantan.
O documento prevê o fornecimento de 46 milhões de doses, em quatro entregas até o dia 30 de abril. Há ainda a possibilidade de o órgão federal adquirir do instituto outras 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões.
Cada dose da vacina custará R$ 58,20 e o valor total do contrato é de R$ 2,6 bilhões. "No valor [total] estão incluídas todas as despesas ordinárias diretas e indiretas decorrentes da execução contratual, inclusive tributos e/ou impostos, encargos sociais, trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais incidentes, taxa de administração, frete, seguro e outros necessários ao cumprimento integral do objeto da contratação", diz o documento.
Para concluir a aquisição da compra das vacinas, o Instituto ainda aguarda a aprovação para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O pedido para uso emergencial da vacina foi feito à Anvisa na manhã de sexta-feira (8), e terá prazo de até 10 dias para finalizar a análise do pedido.

EFICÁCIA DA CORONAVAC
O governo de São Paulo anunciou em coletiva de imprensa na semana passada que a eficácia da vacina CoronaVac no combate coronavírus é de 78% para casos leves. A taxa mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 50%.
De acordo com o governo, a vacina garantiu a proteção total (100%) contra mortes, casos graves e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados. Isso significa que, entre os infectados, nenhum morreu, desenvolveu formas graves da Covid-19 ou foi internado.
O índice registrado pela CoronaVac no Brasil é menor que os das vacinas desenvolvidas pelos laboratórios Pfizer e Moderna, que já foram aprovadas na União Europeia e nos Estados Unidos. As vacinas, que usam a tecnologia de RNA mensageiro, alcançaram eficácias de 95% e 94%, respectivamente.
A microbiologista Natália Pasternak explica que já era esperado que a CoronaVac tivesse uma eficácia menor que as das outras vacinas, por ser feita com o vírus inativado. "É completamente esperado. Uma vacina de vírus inativado dificilmente vai ter a mesma eficácia do que vacinas de RNA ou vacinas de adenovírus [vetor viral], que conseguem entrar na célula e imitar, de uma forma muito mais efetiva, a infecção natural. Elas acabam provocando uma resposta imune que é tanto de anticorpos como de resposta celular", explica.
O virologista Eduardo Flores, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, concorda. "Se essa vacina da CoronaVac conseguiu 78% de eficácia, é muito bom. Muito bom mesmo. É uma vacina cuja tecnologia é muito antiga, se conhece bem os efeitos colaterais, que são muito poucos. Eu acredito que essa é uma vacina que é uma importante ferramenta nessa luta contra o coronavírus", afirma Flores.

PEDIDO DE USO EMERGÊNCIA DA VACINA DE OXFORD TAMBÉM FOI ENTREGUE A ANVISA
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também entregou o pedido de uso emergencial da vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. O pedido entregue também na sexta-feira (8), é para a importação de 2 milhões de doses do laboratório Serum, sediado na Índia.
A importação excepcional da vacina pela Fiocruz já havia sido aprovada pela Anvisa no sábado (2). A previsão da fundação é de que a vacina chegue ao Brasil ainda em janeiro ao custo de R$ 59,4 milhões.