Redação Terra
Foto-Senado Federal
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino citou a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1, na Copa do Mundo de 2014, para fazer uma analogia sobre os placares de votação do órgão e defender a imparcialidade dos colegas de Corte, durante o julgamento do segundo grupo de acusados de tentativa de golpe de Estado.
Antes de Dino votar no início da tarde desta terça-feira, 22, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, declarou que não há parcialidade por parte dos magistrados do Supremo e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A fala se deu depois de as defesas dos indiciados Filipe Martins, Marcelo Câmara e Sidnei Vasques apresentarem tese de que os ministros do STF julgariam o caso de forma injusta. Moraes, então, lembrou que os placares de votações costumam acabar com uma maioria expressiva.
Dino acompanhou a opinião do relator e iniciou seu voto afirmando que os placares do STF sempre são "muito alargados" e citou a partida Brasil x Alemanha, na Copa do Mundo de 2014.
"Esses temas já foram suficientemente enfrentados pelo plenário, em placares sempre muito alargados: 9 a 1, 10 a 1, 11 a 0. Então, creio que esses placares germânicos, para lembrar da Copa de 2014, a fatídica, afastam qualquer plausibilidade na tese", disse Dino.
O ministro finalizou afirmando que a reclamação de parcialidade "vem, ao longo do tempo, perdendo qualquer consistência".
O STF começou a julgar nesta terça a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o segundo grupo de acusados de tentativa de golpe de Estado. A Corte rejeitou todos os pedidos feitos pelas defesas e a análise do mérito será retomada durante a tarde.
Entre os suspeitos que integram o chamado ‘Núcleo 2’, estão o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, o ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal Fernando de Sousa Oliveira, a ex-subsecretária da pasta Marília Ferreira de Alencar, e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins.
Essa é a primeira sessão após Jair Bolsonaro (PL) e outros 7 aliados se tornaram réus pela trama golpista.
Fonte: Redação Terra