Crianças e adolescentes com idades entre 10 e 17 anos são mais propensas a sofrer cyberbullying, conforme avaliação do delegado Guilherme Facinelli, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos de Cuiabá.
"O cyberbullying que é aquela intimidação, perseguição pelo meio digital de forma sistema é onde os jovens, aqueles entrando na pré-adolescência e adolescência, ou seja, crianças de 10 e adolescentes de 17 anos, é a nossa maior demanda”, expôs em entrevista exclusiva ao HNT.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
A delegacia de Repressão a Crimes Informáticos atua nos crimes informáticos próprios e nos crimes informáticos impróprios que demandem grande repercussão, alta complexidade e elevado prejuízo às vítimas.
O delegado explicou que plataformas como Discord e Telegram são as mais utilizadas em crimes na internet, como cyberbullying e armazenamento de conteúdo de exploração infantil.
De acordo com ele, isso ocorre por causa da política de privacidade dessas redes sociais, que muitas vezes não detectam o ato como discurso de ódio. Além disso, também não respondem às ordens judiciais com a agilidade que deveriam.
O delegado frisou que a maioria dos criminosos acredita que o anonimato irá protegê-los e que a internet é ‘terra sem lei’, mas a máxima é bem diferente da realidade.
“A gente tem conseguido as informações, as políticas de privacidade têm sido adequadas, mas, principalmente, eu acho, e aí eu falo como um todo, pela internet, é que as pessoas acham que ali é um ambiente sem lei, não rastreável, não identificável, e aí, por acharem que ali estão em um espaço aberto, onde não vão ser alcançadas, elas acabam se sentindo livres para se esconder atrás de uma tela e fazer a prática dessas criptografias. As pessoas, então, acreditam que o anonimato vai ser uma proteção para que elas prevaleçam. Acreditam, porque existe uma série de dificuldades,que a pessoa pode se proteger ali, para não ser tão fácil a sua identificação”, disse.
No entanto, só no mês de abril, a Polícia Civil fez duas operações com o foco de combater crimes cibernéticos. Uma em Cuiabá, em que um adolescente de 15 anos foi alvo de busca e apreensão por disseminar discurso de ódio nas redes sociais e outra em Rondonópolis (216 km de Cuiabá), quando outro menor também foi alvo de ordens judiciais por promover a automutilação de outros adolescentes em plataformas online.
LEIA MAIS: Adolescente é alvo de operação por discurso de ódio e ameaça à vida de mulheres; veja vídeo