Tentei jogar na conta de Deus todas as mazelas de 2020.
E Ele me mostrou a janela de 2021 se abrindo.
Tentei argumentar que ela não vai se abrir mais para muitos amigos.
Ele me mostrou onde estão eles agora, os que não chegaram até aqui.
E o paraíso Dele é lindo.
Eu chorei, bati o pé, ameacei me distanciar Dele e lamentei o quanto este ano foi duro.
Ele foi ríspido. Mandou que enxugasse as minhas lágrimas.
Mandou que beijasse o chão que pisei, já que ainda o tenho.
E disse, novamente voltando a ser leve e suave, que onde eu fosse iria me buscar, de nada adiantaria me distanciar.
E mandou eu novamente mirar a janela dando a luz ao ano que nascerá.
Eu disse que tinha medo do que viria.
Ele me lembrou que não tenho alternativa, e que estaria comigo nas lutas a virem. E de quantos outros anos eu já vivi.
Pois é!
Tentei jogar na conta de Deus todos os males deste ano.
E então Ele me fez voltar pelo caminho, desde este último dia de dezembro até o primeiro dia do último janeiro.
No caminho, do lado direito, a cada 30, 60 dias mais ou menos, uma dor, de variadas intensidades.
E neste caminho, do lado esquerdo, como se eu estivesse num trem bala, meu cabelo voava na velocidade e a cada minuto uma Dádiva, uma alegria, um respirar, um sorriso, uma bênção, um abraço, um suspirar, um nascimento, uns jardins, umas flores nascendo, uns sabores na boca, uns amanheceres, uns pores de sol, uns amores...
Tudo vindo ao meu encontro tão rápido e tão intenso que não deu tempo de reparar muito bem na margem direita do caminho.
E chorando tirei das costas Dele meus lamentos e estou pronto para esta nova janela que se abre.
Eu vejo a luz desta janela... e desejo ela a todos.
UM ABENÇOADO 2021 A TODOS. FÉ E CORAGEM!
Marcos Bidoia
Empresário
