26 de Abril de2024


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ARTIGOS Segunda-feira, 21 de Setembro de 2020, 06:30 - A | A

Segunda-feira, 21 de Setembro de 2020, 06h:30 - A | A

ARTIGO

Covid-19: do isolamento à reflexão

O fato de estar só ou isolado nos permite pensar sobre a vida e fazer uma retrospectiva

Ernesto de Sousa Ferraz Neto

O isolamento social instituído pelas autoridades de todo planeta em decorrência do surgimento da COVID-19, a partir de fevereiro/março deste ano, vem contribuindo para que todos façam uma pausa em suas atividades (com exceção daqueles profissionais que atuam nas áreas que atendem as primeiras necessidades básicas como saúde, alimentação, medicamentos), isto fez com que houvesse uma paralisação geral do comércio, fábricas, escolas e muitos outros segmentos.

 

A pausa foi uma medida para tentar conter o avança da doença amplamente divulgada pela imprensa mundial, alertando que “todos ficassem em casa”. Esta expressão tornou-se uma das frases mais difundida desde o surgimento da Pandemia do Coronavírus.

O fato de estar só ou isolado nos permite pensar sobre a vida e fazer uma retrospectiva sobre tudo que se passa ao nosso redor. Este distanciamento social permitiu às pessoas refletir suas ações no sentido mais íntimo da palavra, uma vez que elas passaram a ter mais consciência da existência de algo muito ruim ou perigoso, sobre a vida em si e das consequências que a pandemia poderia causar junto aos membros da família, amigos e colegas de trabalho. Tais consequências representam perdas significativas de vidas por todos os lugares, as quais têm causado pavor, e trazendo insegurança a todos.

A rapidez e a facilidade de contágios pelo COVID-19 têm assustado a todos sem distinção de classe social, pois a doença não escolhe cor nem raça. É implacável e assustadora pela forma com a qual atua no organismo e nele se desenvolve e se estabelece. E o conhecimento sobre a cura ainda é pouco ou quase nenhuma.

O surgimento desta calamidade deu ao homem uma nova visão sobre a vida, tocou as pessoas ao ponto de mudar hábitos e comportamentos. Residências passaram a ser um local de diversão e da prática de lazer para toda a família. Lares foram transformados em salas de aula, pistas de dança, teatros, quadras esportivas e outros ambientes de acordo com a criatividade e da necessidade de cada núcleo familiar.

No auge da pandemia muitos perderam o sono, com ele foram-se os sonhos e a esperança, e para algumas pessoas, foi-se até a vontade de seguir em frente.

A reflexão que se pode fazer, é que apesar de tantas perdas sofridas é possível acreditar no descobrimento da cura em breve (questão de dias, semanas) e a restrição de acesso a tantos lugares impostas pelas autoridades fez-se importante para evitar que um maior número de pessoas possa ser contaminado.

Refletir na verdade é o ato de pensar ou questionar sobre tudo que nos rodeiam. Em geral as pessoas pensam sobre algo que os afligem e as intrigam. Enfim, é algo que mexe com o psicológico das pessoas, exatamente o que tem acontecido após o surgimento da pandemia do Coronavírus desde o início do ano. 

Outra reflexão que pode ser notada foi a fé de muitos. A pandemia aproximou pessoas em pensamentos e as afastou fisicamente. E ambas, juntas ou separadas, buscaram a esperança e invocaram orações. O momento de angústia permitiu que o homem refletisse sobre as incertezas do amanhã.

O pânico pela perda da vida, a valorização da liberdade, a importância da educação são apenas alguns exemplos que levou todos à reflexão neste momento em razão da incerteza e insegurança que atingiu a população, e não apenas aqui no Brasil, mas em todo planeta a pandemia serviu como um alerta sobre a fragilidade da vida e o medo contribuiu para que algumas pessoas não saíssem às ruas e evitassem aglomerações.

A pandemia nos fez refletir ainda sobre a conhecida fragilidade do sistema de saúde pública no Brasil que vai desde a escassez de medicamentos específicos, número suficiente de profissionais da área (saúde) e das precárias unidades de tratamentos intensivos (UTIs). No entanto, nunca se valorizou tanto os agentes de saúde, sem distinção de cargos, tornando-os heróis (e talvez a única salvação) no momento de tanto medo e incerteza.

 

Ernesto de Sousa Ferraz Neto

Professor na rede pública de ensino

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