Um violão com seis cordas tendo uma desafinada deixa som horrível. Parece todas desafinadas. Mas é apenas uma, as outras estão no tom. Uma corrente, com mil elos, se apenas um se rompe, pronto, lá se foi a força da corrente. Então, a corda desafinada e o elo rompido comprometem o propósito do violão e da corrente.
Assim está acontecendo com Primavera do Leste. Uma pessoa, desafinada, está comprometendo a cidade. Estou falando do Recurso que o ex-prefeito Getúlio Viana protocolou no Supremo Tribunal Federal, para voltar a ser o prefeito. E sabe quem deve julgar esse recurso? O ministro Gilmar Mendes.
Getúlio Viana, quando desejava ser candidato e mesmo já candidato, garantia para seus correligionários, amigos ou eleitores que não tinha problema algum com sua candidatura. Entretanto, se candidatou por força de uma liminar e foi levando o mandato. Venceu, mas, foi afastado, entrou com recurso, voltou e foi novamente afastado. Enquanto isso a cidade parou.
Nada de convênios, nada de recursos, nada de obras... e tudo por quê? Porque se aguardava a decisão definitiva da Justiça. Quer um exemplo? Apenas um: as obras de travessia da cidade, na BR-070. Estas obras estão paralisadas há quase três anos. Até hoje o Dnit aguarda um relatório, por parte da Prefeitura, porque a prefeitura mudou o projeto original. E quem mudou? Ele mesmo! O Getúlio. Nada foi feito diante da situação de troca prefeito, volta prefeito, troca prefeito, elege prefeito... E o bendito relatório ainda não chegou ao Dnit. E quem paga por tudo isso? Certamente não é ele.
Querer voltar a ser prefeito agora, depois de realizada a eleição, é cuspir na cara do primaverense. Entrar com recurso, a essa altura, é provocar um efeito muito negativo: insegurança! Se é isso que ele deseja... O que faz o Getúlio Viana pensar que só ele é competente, que só ele é honesto, que só ele é preparado para governar Primavera do Leste? Acredito que seja únicamente arrogância.
Se o ex-prefeito, gostasse mesmo de Primavera, como uma bananeira que já deu cacho, ficava no lugar dele e contribuía como cidadão, como um ex-prefeito.
No futuro poderá voltar, pelas mãos do eleitor. Se aprendeu a respeitar a lei.
