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Quarta-feira, 16 de Outubro de 2019, 13h:14 - A | A

"FERA" NO TIRO

Cuiabano de 15 anos vence campeonato latino-americano na Argentina

Ele conta que desde pequeno se inspirou no pai, quando adquiriu a paixão por armas e uma admiração pelo esporte.

MÍDIA NEWS

O estudante mato-grossense Guilherme Albuquerque Siqueira Correa da Costa, de 15 anos, tornou-se campeão latino-americano de tiro prático, na categoria IPSC Open Júnior. O campeonato aconteceu em Buenos Aires, na Argentina.

 

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O atleta tem apenas 15 anos e foi o mais jovem a competir na categoria. Ele conta que desde pequeno se inspirou no pai, Glauco Correa da Costa, quando adquiriu a paixão por armas e uma admiração pelo esporte.

 

Com apenas 13 anos começou a treinar na categoria IPSC (International Practical Shooting Confederation), com o professor Carlos Molina, policial militar que também é referência no esporte.

Na modalidade, o competidor precisa aliar tiros com velocidade e precisão, em uma pista, com vários alvos e níveis de dificuldade. Aquele que fizer o menor tempo, com o máximo de pontos, vence.

 

“Eu comecei o curso básico e na outra semana tinha uma competição estadual, aqui em Cuiabá. Era a primeira etapa do Campeonato Estadual. Mas ainda na primeira etapa infringi uma regra e tive uma desqualificação”, conta Guilherme.

 

Apesar da desclassificação, o jovem competidor não desistiu e fez da frustração um impulso para se tornar cada vez melhor. O estudante conta que passou a treinar semanalmente e ase dedicar cada dia mais.

 

Em 2017, ele subiu no pódio três vezes, com dois primeiros lugares nas modalidades Saque Rápido e Shoot Challenge, em que o competidor precisa acertar cinco alvos de forma rápida e precisa. E ficou em segundo lugar no campeonato estadual de IPSC.

 

Depois do sucesso no campeonato estadual, Guilherme deu seu próximo passo e decidiu participar do Campeonato Brasileiro no ano passado. Já na sua primeira competição nacional, ele venceu o campeonato em sua faixa etária e foi o 2º melhor atirador do Brasil na divisão light (calibre 380) do IPSC, no ranking chamado "Overall", que reúne todos os competidores de todas as faixas dentro da divisão. 

 

No campeonato estadual de 2018, ele já havia vencido em todas as modalidades de que participou.

 

"Quando você chega no Campeonato Brasileiro, é muito mais complicado porque tem muito mais atiradores. Aqui tem 30, 50 competidores, no máximo. Lá tem 70, 80 e o nível é muito mais elevado", diz. 

 

"E aqui são poucos os que se dedicam de verdade, de treinar todos os dias, com tiro real... Lá, no Brasileiro, a grande maioria são atletas, o que aumenta muito o nível da competição".

 

Em meados de 2018, Guilherme participou do Panamericano da Jamaica, precisando deixar a divisão Light e passar a disputar a Open. "Lá fora não tem a Light. Então ele foi para a Open, que é a Fórmula 1 das pistolas", explica o pai Glauco. "É a mais rápida, a mais concorrida".

 gui e molina

Buenos Aires

 

A experiência internacional tem sido exitosa para o jovem atirador. Depois de ser campeão panamericano na Jamaica, ele também conquistou o latino-americano em Buenos Aires, na divisão Open.

 

Embora tenha sido um campeonato latino americano, o torneio em Buenos Aires contou com a participação de atiradores consagrados de outras regiões, como o norte-americano Cris Tilley e o espanhol Eduardo de Cobos.

 

Em Buenos Aires, por ter apenas 15 anos, o esportista deveria participar da categoria Super Júnior, em que a faixa etária dos competidores é de 12 a 18 anos.

 

No entanto, não havia concorrência nessa faixa etária, então, decidido a não ficar de fora da competição, ele entrou na divisão Open Júnior, com atiradores muito mais experientes, com idades entre 18 e 21 anos.

 

Além da medalha de ouro na Open Júnior, Gulherme foi o sétimo melhor atirador no chamado "Overall", que reúne todos os competidores da categoria open, independente da idade ou da experiência.

Dificuldades da prova

 Guilherme Albuquerque Siqueira Correa da Costa

Já no primeiro dia da disputa, o mato-grossense enfrentou aquela que foi sua maior dificuldade durante todo o campeonato. Sua única arma, usada desde sempre em seus treinamentos e todas as competições, quebrou ainda na primeira pista.

 

“Foi um choque muito grande, principalmente o psicológico. Porque eu estava muito confiante de chegar e fazer uma boa prova. Quando você chega e dá de cara com essa situação só pensa: ‘Pronto, acabou’”, conta o estudante.

 

Neste momento, um de seus amigos, que também estava competindo, emprestou sua arma. Guilherme diz que controlou suas emoções e decidiu que dali em diante se esforçaria ainda mais para conseguir o pódio.

 

“Eu preciso agradecer o meu amigo Nicolas Sansaloni e o pai dele, Aristóteles Sansaloni, porque se não fosse pelo companheirismo e bondade deles eu não teria conseguido continuar as provas”, afirma.

No segundo dia, o competidor precisou compensar a desvantagem de 60 pontos no ranking, mas felizmente se saiu bem e recuperou 30 pontos.

 

No terceiro dia, Guilherme seguiu com um ótimo desempenho, conseguindo assumir o primeiro lugar com uma vantagem de 29 pontos. Porém, no quarto e último dia de competição duas penalidades deixaram o estudante apreensivo.

 

“Eu estava meio triste, pensei que iria perder. A organização soltou o resultado só no fim do dia. Então passei uma tarde inteira de angústia sem saber se ficaria em 1º ou 2º lugar”, conta.

 

No entanto, superando todas as adversidades, Guilherme e seu pai receberam no domingo o resultado que o consagrou o jovem prodígio como o campeão latino-americano de IPSC Open Júnior.

 

Carreira no esporte

No ano que vem o competidor pretende participar do mundial de tiro prático que acontecerá na Tailândia.

 

A princípio Guilherme já está convocado para o campeonato, já que após as diversas competições ele está em primeiro lugar na categoria Super Júnior, mas ainda nada é oficial.

 

Apesar das ambições para 2020, o mato-grossense afirma que pretende futuramente seguir o esporte apenas como um hobby. Estudante do Ensino Médio, o jovem quer mesmo se formar em Direito e abrir sua própria empresa daqui alguns anos.

 

“Eu vou seguir no esporte porque é algo que eu amo, mas não vou viver disso. Isso não quer dizer que eu vá deixar de competir completamente”, explica.

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