26 de Abril de2024


Área Restrita

Mais lidas de Mato Grosso Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2020, 09:24 - A | A

Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2020, 09h:24 - A | A

CAOS

6,5 mil casos sem data para solução: situação da Politec impacta investigações criminais

Demanda reprimida começou a se formar em 2014 por falta de equipamento e peritos

O LIVRE

O laboratório forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso tem 6,5 mil pedidos de análise criminal parados. São casos que começaram a ser acumulados em 2014 e que, até hoje, não passaram por classificação.

Os motivos são a falta de peritos e o orçamento escasso. A crise financeira do Estado, que teve início no governo Pedro Taques (PSDB), é que teria inviabilizado a contratação de serviços. Em decorrência disso, o setor de exames toxicológicos, por exemplo, parou de funcionar.

✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp

Na prática, a incapacidade do laboratório em reduzir o estoque implica em problemas que extrapolam as salas de análises. Atingem a rede de segurança pública. São atrasos nos serviços do Instituto Médico Legal (IML), que fornece dados para inquéritos policiais e judiciais e o entrave na continuação de investigações criminais.

“Nós trabalhamos com análise de casos criminais. Damos prioridade para a identificação de corpos humanos, mas, mesmo assim, temos um limite. Não se pode analisar vários materiais diferentes ao mesmo tempo pelo risco de contaminação”, explica a diretora do laboratório, Alessandra Paiva Puertas.

A demanda do laboratório forense é de 16 mil casos ao ano. Os pedidos ficam concentrados no posto de Cuiabá, vindos dos outros 140 municípios. Se a demanda reprimida for distribuída pelo últimos seis anos, ao menos mil casos não entraram sequer na linha de averiguação.

“Não sei dizer qual é natureza desses 6,5 mil casos, porque não conseguimos pegar o material para iniciar análise. Hoje em dia, estamos conseguindo começar a atender a demanda mensal. Se nos chegam 100 pedidos de análise, ao menos estamos entregando 90. Mas o que analisamos neste mês, deu entrada no laboratório no mês passado”, comenta a diretora.

Deficitário

A legista Alessandra Puerta diz que o setor em situação mais grave é o de toxicologia. A escassez de equipamento e de peritos e a demanda crescente criam uma bola de neve que cresce diariamente.

“A demanda dos exames toxicológicos vem principalmente da identificação de droga, da quantificação de quanto de droga pura tem no material apreendido pela polícia. Em alguns postos, a polícia consegue fazer uma primeira checagem com líquido azul, mas precisa vir para cá para se ter um trabalho apurado”.

 

VÍDEO

Comente esta notícia

Rua Rondonópolis - Centro - 91 - Primavera do Leste - MT

(66) 3498-1615

[email protected]