O governador Mauro Mendes (DEM) disse que acabaram as “décadas” de controle da Penitenciária Central do Estado (PCE) por parte das duas maiores facções criminosas do Brasil: o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
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De acordo com ele, a superlotação das unidades prisionais em Mato Grosso existe há décadas e as situações nascidas dessa situação, como a não-recuperação dos detentos e o alistamento de novos nomes para o cometimento de crimes de dentro do cárcere, tiveram início na semana passada, com operações de pente fino (revista minuciosa) na PCE. “Nós tiramos de dentro das celas, geladeira, microondas, churrasqueiras, freezer, televisores, uísque Johnnie Walker, celulares, é uma coisa maluca. Aquilo era tudo, menos uma prisão para ressocializar e punir quem transgrediu a lei”, disparou.
O democrata considerou ainda que a superlotação está instaurada há vários anos em Mato Grosso, assim como o descontrole da PCE por parte do Estado também. “Eu ouço relatos de quem está lá há todo esse tempo, servidores públicos, sobre como o lugar era gerido, o controle absoluto lá dentro por parte das facções criminosas”, continuou.
Conforme o chefe do Executivo, não há o menor receio de desagradar as inúmeras partes corporativas que compõem as forças de segurança, nem mesmo a Polícia Militar ou os agentes prisionais, partes ativas e preponderantes no combate aos crimes que ocorrem na maior penitenciária de Mato Grosso. “O que nós estamos fazendo aqui, meus amigos, é ter a coragem que ninguém teve, e o mérito não é meu, é das equipes. Eu só dei a ordem pra fazer, assumindo os riscos que todo mundo sabe que tem quando se intervém no sistema prisional”, ponderou.
De acordo com ele, os mecanismos que regem essas forças planejaram isso tudo muito bem, e esse é o motivo de os resultados serem positivos, pois na percepção dele a prisão tem que ser um lugar para punir e ressocializar e não para qualificar velhos e angariar novos criminosos de alta periculosidade, como historicamente acontece em grande parte das prisões do país.
“Estamos cem por cento alinhados. Está todo mundo trabalhando na mesma direção. Existe um comando único hoje no Estado, que é fazer o que é certo e o que é correto pra produzir resultados. Os militares, civis, sistema penitenciário, todo mundo está alinhado nessa direção, tanto é que vocês viram que foi feito isso e nada de anormal aconteceu”.
Mauro encerrou garantindo que todo aquele que transgredir a lei, "certamente, por ordem judicial, será preso". Ele se referia aos oficiais -- tenentes-coroneis e tenentes -- policiais militares presos na quarta-feira (21), sob suspeita de participarem de uma esquema de adulteração de armas. Um dos quais também estava envolvido na revista da PCE onde foram encontrados as centenas de celulares e o Johnny Walker a que se referiu o governador.
