O coordenador de um setor da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Ronnky Chaell Braga da Silva, é um dos alvos da 6ª fase da Operação Polygonum, deflagrada na manhã desta segunda-feira (16). Ele foi candidato a deputado estadual em 2014, pelo PSC.
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A reportagem apurou que, além de servidores da ativa, a operação da Polícia Civil também prendeu aposentados.
No total, a ação cumpre 12 mandados de prisão e 13 de buscas apreensão contra engenheiros florestais, empresário e servidores da Secretaria.
Durante os cumprimentos dos mandados, os policiais apreenderam uma BMW e uma Toyota SW4. Os carros foram encaminhados para a Delegacia de Meio Ambiente (Dema).
A investigação refere-se a fraudes praticadas no âmbito da Gestão Florestal, visando a supressão da vegetação nativa, diminuindo a área destinada à reserva legal, ao classificar a tipologia da propriedade de área de floresta em área de cerrado, em desconformidade com a lei.
Segundo a Polícia, relatórios de tipologia elaborados por engenheiros florestais, contendo informações falsas acerca do tipo de vegetação existente no imóvel, seriam encaminhados à Sema, órgão responsável por vistoriar a área e confrontar as informações apresentadas no laudo.
Conforme as investigaçõs, alguns servidores responsáveis pela vistoria iam a propriedades rurais e validavam as informações falsas, reenquadrando a classificação da fitofisionomia vegetal da propriedade, aumentando a área passível de desmate com diminuição do coeficiente de reserva legal.
As investigações indicam ainda que proprietários de imóveis rurais, através de engenheiro florestal, estariam fraudando o sistema ambiental com relatórios ambientais inidôneos. O imóvel localizado em bioma amazônico, por exemplo, pode ser desmatado em apenas 20%. Contudo, se a tipologia florestal for de Cerrado, o proprietário tem direito a desmatar 65%.
A Polícia Civil explicou que, com um relatório falso aprovado pela Sema, é possível desmatar mais do que o triplo permitido pelo Código Florestal. Assim, uma fazenda de 10.000 hectares, localizada no bioma amazônico, poderá desmatar 4.500 hectares a mais com o relatório fraudado aprovado pela Sema.