Preso preventivamente no âmbito da Operação Sisamnes, o lobista mato-grossense, Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de intermediar a venda de decisões judiciais, estuda firmar um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, a possibilidade surgiu nos últimos quinze dias, enquanto Andreson, transferido recentemente para um presídio federal em Brasília, aguarda o desenrolar das investigações que o ligam a escândalos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e nos Tribunais de Justiça de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
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A Polícia Federal passou a investigar Andreson após encontrar mensagens comprometedoras no telefone do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá.
Os indícios apontam que Andreson comandava um esquema de intermediação de decisões judiciais, envolvendo desembargadores afastados como Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho. Em Mato Grosso do Sul, seu nome também aparece associado a suspeitas semelhantes.
Preso por ordem do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), Andreson enfrenta acusações graves que incluem corrupção, organização criminosa, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
A Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças, já identificou indícios de corrupção em gabinetes de ao menos quatro ministros do STJ.
No entanto, as investigações sobre ministros estão restritas a servidores, não alcançando diretamente os magistrados.
Além do envolvimento nas vendas de decisões, Andreson também é investigado por lavagem de dinheiro, após um aumento patrimonial superior a 3.000% em apenas um ano.
Mesmo preso, o lobista continua a enfrentar problemas de saúde e pede tratamento especial e alimentação adequada, direitos parcialmente garantidos enquanto ainda cumpria prisão em Mato Grosso.
O advogado de Andreson, Huendel Rolim, mantém silêncio público sobre o caso, limitando-se a manifestações nos autos, que seguem em sigilo. Já a PGR, quando procurada, reafirmou que procedimentos envolvendo delações são naturalmente confidenciais.