18 de Setembro de2024


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CLIQUE GERAL Domingo, 13 de Dezembro de 2015, 00:00 - A | A

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DESDE AGOSTO

Quase 100 cidades têm hoje 1º grande ato pelo impeachment desde agosto

IG


Três meses após os mais recentes grandes atos pelo impeachment, realizados em agosto, os movimentos sociais que pedem a queda de Dilma Rousseff da presidência voltam a promover protestos de rua, marcados para quase cem cidades, ao longo de todo este domingo (11). 


 


Organizados principalmente pelos grupos Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, dois dos responsáveis por protocolar o pedido de impeachment da presidente na Câmara dos Deputados, os atos ocorrerão em todas as capitais brasileiras, com início marcado para entre 10h e 13h. Brasileiros que moram em Porto e Lisboa, em Portugal, também irão se juntar ao movimento. 


 


O principal dos atos está marcado para a Avenida Paulista, local que chegou a receber entre 210 mil – segundo estimativas do Instituto Datafolha – e 1 milhão – de acordo com a Polícia Militar – de pessoas no auge dos atos, em março. 


 


"Mas, ainda que o impeachment esteja cada vez mais palpável, não esperamos um número tão grande de pessoas, até pelo curto período que tivemos para divulgar os atos", afirma Renan Santos, um dos líderes do MBL. "Por isso estamos chamando estes protestos de um esquenta para uma nova onda de atos, que visam a mostrar que a população está do nosso lado."


 


Além de a expectativa de público não ser tão grande, o número de cidades participantes dos protestos também é menor do que em atos anteriores. No primeiro deles, em março, aquele com maior adesão de público, eles ocorreram em mais de 150 municípios. No seguinte, em abril, o montante passou para 224. No terceiro, ficou em 201. Entretanto, ao contrário das manifestações anteriores, anunciadas sempre com cerca de um mês de antecedência, a deste domingo foi divulgada apenas dez dias antes de sua realização. 


 


FOCO NOS POLÍTICOS


Apesar de ser uma forma de inferir o apoio popular para a causa que defendem, os grupos pro-impeachment admitem desde agosto que não é um objetivo entre eles superar os números registrados especialmente nos protestos de março, a despeito de, naturalmente, ser um desejo dos movimentos. 


 


"Aquilo foi o tipo de coisa que acontece uma vez na vida. Não dá para ficar pensando em alcançar tanta gente em todo ato", disse, em agosto, Kim Kataguiri, do MBL. "Não é por que não levamos milhões às ruas que não está havendo pressão para derrubar a presidente ou que não há adesão popular para a causa. As ações dos movimentos e as pesquisas de opinião [o mais recente levantamento do Datafolha sobre o tema mostra que 65% da população é favorável à abertura do processo de impeachment] mostram isso", concorda Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua. 


 


Foi a constatação de que só os atos de rua não funcionariam para alcançar suas demandas que levou os movimentos anti-Dilma a lançar novas estratégias ao longo do ano, a exemplo do que grupos de esquerda já fazem há tempos. Com a Marcha para Brasília e o acampamento montado no Congresso Nacional, o foco passou a ser a pressão sobre deputados para se posicionarem a favor do impedimento.


 


A tática foi reforçada nos últimos dias, após o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, acatar a abertura do processo contra Dilma. Como mostrou o iG, por meio da divulgação de telefones e endereços de redes sociais, os grupos passaram a constranger parlamentares a se posicionarem em relação ao impeachment.


 


Segundo o "Placar Fora Dilma", criado pelo MBL, cerca de 200 deputados ainda não se pronunciaram publicamente sobre o tema. "A disputa é de olho nos partidos que estão na base governista, como PSD, PDT, Pros, PR, PP. Estamos falando de uns 150 votos, essenciais para conquistarmos nossa demanda. Então, a pressão é para que o eleitor deles vejam como seu parlamentar está se posicionando para que fiquem em cima para uma resposta rápida", diz Renan Santos. "É para pesar mesmo e converter essa pressão em posicionamento, de preferência, favorável ao impeachment."


 


A exemplo do que ocorreu após protestos anteriores contra a presidente, grupos de esquerda historicamente ligados ao PT – como Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) – realizam atos em resposta aos anti-Dilma nesta mesma semana, marcados para a próxima quarta-feira (16).


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