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Sexta-feira, 11 de Dezembro de 2015, 00h:00 - A | A

VIRANDO A MESA

Único preso da Operação Ventríloquo, advogado diz que foi ameaçado por delator com uma pistola

MAX AGUIAR

O advogado e réu na ação da Operação Ventríloquo Julio Cesar Domingues, atualmente único encarcerado no Centro de Custódia de Cuiabá, desmentiu algumas ponderações feitas pelo delator do processo, o também advogado Joaquim Fábio Mielli de Camargo. Segundo Domingues, ele foi ameaçado na sala do delator com uma pistola em cima da mesa.


 

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Divulgação


Julio Cesar Domingues Rodrigues

Único preso da Operação Ventríloquo, Julio Cesar diz que era apenas um boy da organização e afirma que delator mentiu em seu depoimento



“Ele me intimidava. No momento das nossas conversas era tudo tranquilo. Mas quando o assunto era dinheiro, ele começava as chantagens. Com certeza o plano dele era me fazer desistir de receber minha parte, que era 10%, mas eu persisti e ele até me recebeu em seu escritório um dia e, com uma arma em cima da mesa, pediu que me afastasse. Ele sabia que eu sei de muita coisa. Aliás, muito que ele delatou é falso”, disse Julio Cesar Domingues, em depoimento na Vara de Combate à Corrupção de Cuiabá, frente à juíza Selma de Arruda.


 


O dinheiro citado pelo réu é o que está sendo denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) sob suspeita de desvio da Casa de Leis de Mato Grosso. Esse suposto esquema que teria desviado R$ 9,4 milhões da Assembleia, por meio de pagamentos indevidos ao então advogado do HSBC e delator dos crimes, Joaquim Mielli.


 


A denúncia ainda ressaltou que nesse esquema havia um acordo para que parte dos R$ 9 milhões fosse dividida entre os integrantes da organização criminosa. Conforme a delação, além de Julio Cesar e o ex-deputado José Riva, também teriam participado do estratagema o ex-procurador jurídico da Assembleia, Anderson Flávio Godoi, e o ex-secretário de finanças da Assembleia, Luiz Marcio Bastos Pommot.


 


Julio Cesar disse que o combinado dele seria receber pelo menos R$ 1 milhão, conforme tabela OAB-SP. Porém, ele apenas recebeu R$ 340 mil. “Eu comecei a cobrar pelo meu trabalho. Eu servia às vezes como boy, que só fazia entrega de documentos na Assembleia, mas também redigi petições e fiz conciliações. Entreguei documentos de todos e agora sou o único preso. Porém, meu dinheiro, eu precisava receber. Por isso ele me ameaçava e me pagou apenas R$ 340 mil, de um milhão de reais”, frisou.


 


Ao fim da audiência, Julio Cesar foi avisado que continuaria preso. Ele havia firmado um pedido de revogação de prisão na semana passada, mas o recurso foi negado novamente nesta sexta-feira.


 


A juíza alegou que ele seria um perigo para a sociedade, por causa de seu comportamento agressivo. Julio Cesar já foi preso quatro vezes, duas por porte ilegal de arma, outra por violência doméstica e agora por peculato e desvio de dinheiro público.   


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