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Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2015, 15h:54 - A | A

DESAPARECIDOS

Amigos somem após passarem por bloqueio de índios em rodovia de MT

Segundo família, eles estão mantidos reféns em aldeia indígena

G1 MT

Dois amigos desapareceram nesta quarta-feira (9) após passarem por um bloqueio para cobrança de pedágio feito por índios da etnia Enawenê-nawê, na BR-174 entre Juína, a 737 km de Cuiabá e Rondônia. As famílias de Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25, eles foram sequestrados pelos índios depois de um desentendimento no local do pedágio. A Polícia Federal investiga o caso.

A irmã de Genes, Irene Henrique dos Santos, acredita que eles tenham sido levados para a aldeia da região, onde supostamente seriam mantidos reféns até esta quinta-feira (10).

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A família foi até a delegacia da Polícia Civil em Juína nesta quinta-feira para denunciar o desaparecimento. A irmã de Genes disse temer pela vida dele.

Ela não teve mais contato com o irmão desde a manhã de quarta-feira. Genes, que é vendedor, e Marciano, que trabalha como motorista  estavam em uma caminhonete quando passaram pelo pedágio dos índios. Eles moram em Juína.

“Meu irmão trabalha com venda de roupas e [nesta quarta-feira] seguiam de Juína para a região de Vilhena, em Rondônia. Eles pagaram o pedágio e passaram. Os índios dizem que eles atiraram contra uma placa. Foi aí que os pegaram como reféns. O celular dele está desligado”, contou a irmã ao G1. Os dois iriam fazer compras para revender em Mato Grosso.

As duas famílias não têm informações e ainda não receberam resposta das autoridades sobre o paradeiro dos dois jovens. A irmã de Genes disse ter ido a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína, no entanto, a instituição não está funcionando nesta quinta-feira. A reportagem também tentou manter contato com a Funai daquele município e não conseguiu até a publicação desta reportagem.

Hirson Mendes, pai de Marciano, também cobra uma resposta. “Desde ontem não falamos com ninguém. Não sabemos onde estão”, lamentou.

A aldeia dos Enawenê-nawê ficaria entre Comodoro (677 km de Cuiabá) e Juína.

Funai e polícia
A Funai de Brasília disse ter sido informada sobre a situação e que ainda apura o que ocorreu de fato entre os indígenas e os dois moradores. Já a Polícia Federal em Cuiabá declarou que foi comunicada que duas pessoas teriam tentado passar por um bloqueio indígena e que houve um conflito.

A informação repassada à PF era de que os índios prenderam essas duas pessoas e as fizeram reféns na aldeia. No início da tarde a PF declarou que está investigando o caso e vai abrir um inquérito para apurar o que ocorreu com os dois amigos. A instituição também informou que enviou uma equipe de policiais até a região para levantar detalhes sobre o paradeiro dos dois moradores.

Pedágios
As regiões de Juína, Brasnorte (a 580 km de Cuiabá) e Comodoro registram  constantemente pedágios, protestos e bloqueiis feitos pelos índios Enawenê-nawê. Em outubro deste ano, por exemplo, um índio dessa etnia e um morador ficaram feridos durante um confronto entre indígenas e moradores neste sábado na MT-170, em Brasnorte.

Em 2014, outros bloqueios e pedágios foram feitos por até 100 índios da etnia Enawenê-nawê que bloquearam a ponte sobre o Rio Juruena, na rodovia MT-170, que liga os municípios de Juína a Brasnorte.

 

 

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