O relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a concessão do abastecimento de água e tratamento de esgoto do município de Campo Verde, iniciada no primeiro semestre de 2019, foi entregue no inicio dessa semana pela Câmara de Vereadores.
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A CPI das Águas como foi popularmente denominada, durou cerca de três meses, foram esgotados os prazos iniciais e também a prorrogação para analisar as mais de mil páginas de documentos gerados, resultando em um relatório de mais de 280 páginas, que foi resumido em 89 páginas e lido em plenário na ultima sessão ordinária da Câmara.
Mas o que interessa para população campo-verdense será o resultado obtido com esse trabalho, vale ressaltar que essa foi a primeira CPI da história da Casa de Leis do município, e segundo as informações foi muito bem conduzida e o relatório gerou informações robustas, que segundo as autoridades, vão sim trazer resultados positivos para população.
O Diário entrevistou o presidente da CPI, vereador Pedro Paulo Montagner, conhecido como Pedro Cambará, que fez revelações interessantes sobre o processo. “Foi um trabalho minucioso realizado, conseguimos nessa CPI muitas informações que devem gerar no mínimo um grande investimento por parte da empresa e redução em algumas cobranças, que não estão em contrato, ou que estão sendo cobradas indevidamente, pois o trabalho realizado não está a contento. Vale lembrar que essa CPI foi realizada em clamor das milhares de reclamações da própria população de Campo Verde, acatada pela nossa presidência que nos deu todo o apoio para a criação dessa CPI.”
O relatório vai seguir agora para aprovação dos vereadores, depois de passar pelo crivo do plenário ele será encaminhado para o Poder Judiciário, Executivo, AGER, Ministério Publico, Policia Civil, também vai estar a disposição da população de Campo Verde de forma on-line.
Segundo Cambará, “as constatações de irregularidades tanto no abastecimento, nas taxas cobradas e principalmente no tratamento de esgoto durante as investigações da CPI geram sim uma preocupação bem grande até mesmo com questão ambiental. Nós conseguimos desativar com muito custo a Estação do de tratamento do Recanto dos Pássaros, onde tinham inúmeras reclamações de mal cheiro e irregularidades, tudo foi encaminhado para nova ETE do Rio das Mortes, que segundo a empresa seria a resolução dos problemas, mas o que vimos nas fiscalizações do processo foi ainda mais preocupante revelou o presidente da CPI.”
Ao contrario do que dizia o projeto apresentado da ETE Rio das Mortes, localizado nos fundos do Bairro Greenville, foi constatado pelos vereadores e técnicos contratados que existe no local um Bypass (termo da língua inglesa que significa contornar, desviar, passagem secundária ou dar a volta). “Esse sistema pode direcionar a coleta de esgoto diretamente para o Rio das Mortes, sem se quer nenhum tratamento, ou seja, quando a estação estiver lotada, ou quando não tem ninguém fiscalizando se eles quiserem podem jogar o esgoto do jeito que vem da rua diretamente no Rio. Outra situação que flagramos durante uma visita da investigação, foi que os tanques que contém os produtos químicos responsáveis pela realização do tratamento da água nos tanques estavam vazios, ou seja, a água não estava sendo tratada corretamente naquele momento.”
Segundo a expectativa dos membros da CPI, o relatório possui indícios até mesmo para a quebra do contrato com a empresa concessionada, mas isso vai depender do entendimento do Poder Judiciário mais a frente. Mas com certeza se espera que exista a extinção de algumas taxas, como por exemplo, a cobrança de religação, e também que a taxa de esgoto que hoje é de 90% sobre o consumo seja diminuída. Além disso, muitas adequações devem ser realizadas e a empresa terá que realizar bastantes investimentos.