Mariana da Silva
Foto-Mídia News
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso Max Russi (PSB) declarou que defende a manutenção de mercadinhos nas penitenciárias, contudo, com a venda de produtos restrita aos itens considerados necessários ao uso do dia a dia, pois crê que independente dos crimes cometidos, não se deve segregar os detentos. Russi ainda negou atritos com Mendes devido à derrubada do veto e defendeu o voto secreto para que as votações não sejam "chapa branca" e alvo de pressão.
“Nós não liberamos o mercadinho, ‘ah liberou sorvete, nutella’, longe disso. O governo tem que colocar lá dois, três itens que são efetivamente necessários, um sabonete, uma pasta de dente. Eu defendo que isso possa ser vendido. Nada supérfluo que não tenha necessidade de higiene, de manutenção no seu dia a dia. Independente dos crimes que foram cometidos, são seres humanos e a gente não tem que segregar ninguém, o contrário, estamos a recuperar”, disse nesta quinta-feira (10).
Max reconhece que o tema gera revolta na sociedade em função da impunidade para muitos crimes, mas reitera que não defende a liberação de itens considerados supérfluos como chocolates e outros itens encontrados durante fiscalizações.
“A gente vê muita coisa, muito crime grave, bárbaro acontecendo, isso aí revolta. Eu também sou revoltado com isso. Agora, jamais liberar da forma que era antes”, acrescentou.
Questionado se a votação ocorrida na quarta-feira (9) em que os deputados derrubaram por maioria o veto do governador ao artigo 19 do projeto de Lei que flexibiliza a instalação de mercadinhos dentro de presídios de Mato Grosso, teria afetado a relação do Legislativo com o Executivo estadual, Max vê que não e entende que os poderes têm independência de opiniões.
“Ele [Mauro] está no direito dele e a justiça vai decidir. [...] É a opinião dele, tem que respeitar e ele tem que respeitar a nossa. Nós, através do voto, a Assembleia Legislativa através da maioria, tomou uma decisão, ele não concorda com essa decisão, ele vai procurar a justiça. Nós estamos numa democracia. Precisamos aprender a conviver com a crítica”, explicou.
Sobre a declaração do governador de que o voto dos parlamentares não deveria ser secreto, Russi defendeu que o regimento permite que seja secreto.
“Se tiver voto aberto, nunca vai derrubar um veto. Como derruba veto com 20 deputados na base? Nunca vai derrubar. Para democracia é importante o voto secreto, para poder ter derrubado, poder contrariar, poder votar a favor da população, porque senão a grande maioria das votações vai ser chapa branca. Tem que dar liberdade através do instrumento que é legal. Com voto secreto não existe como fazer essa pressão”, defendeu.
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